A dura luta de Sean Young, depois de 'Blade Runner'
"Replicantes não eram feitos para sentir. Nem os caçadores de replicantes. O que diabos está acontecendo comigo?" pensava Rick Deckard quando começou a se apaixonar pela replicante Rachael em 'Blade Runner'. No grande sucesso de 1982, quem interpretou esse icônico personagem com um olhar penetrante que mexeu com Deckard foi Sean Young.
Dirigido por Ridley Scott e com um elenco excepcional que incluiu Harrison Ford, Rutger Hauer, Daryl Hannah, Edward James Olmos e, claro, Sean Young, 'Blade Runner' ainda é considerado hoje um dos melhores filmes de ficção científica já feitos.
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E enquanto a carreira cinematográfica de Harrison Ford tem sido mais do que bem-sucedida, nos últimos quarenta anos, o mesmo não pode ser dito para sua colega Sean Young.
Nascida em Kentucky em 20 de novembro de 1959, Sean Young mudou-se para Nova York para se formar como bailarina clássica. Mas o destino reservava outros planos para ela e, pouco tempo depois, fez sua estreia no mundo do cinema.
Foi em 1980 que a jovem estreou no filme 'Jane Austen in Manhattan', uma produção estrelada por Anne Baxter.
Apenas dois anos depois, ela foi escolhida para o papel que a consagrou como ícone e estrela dos anos 1980, o de Rachael em 'Blade Runner'.
Sua carreira parecia estar encaminhada para o sucesso. Naqueles anos, de fato, ela participou de várias outras produções importantes, incluindo 'Duna' (1984), 'Sem Saída' (1987 - foto) e 'Wall Street' (1987).
Mas seu suposto temperamento hostil no set de filmagem começou a lhe causar problemas. Segundo relatado pelo portal eightieskids.com, Sean Young tinha um comportamento e um relacionamento muito difícil com colegas e diretores.
Segundo o mencionado site, seu período no set de 'Wall Street' foi particularmente turbulento, com confrontos tanto com Oliver Stone, o diretor, quanto com Charlie Sheen, seu colega de elenco. Ela teria contestado abertamente as decisões de elenco de Stone e enfrentado as reações de Sheen, que teria respondido colocando um bilhete insultante em suas costas.
No período das filmagens de 'The Boost' (1988), Young foi alvo de acusações por parte de James Woods, seu co-protagonista, sobre seu comportamento excessivo. As acusações incluíam até mesmo assédio e perseguição, como o envio de bonecas v o d u e fotos perturbadoras.
Segundo a Vanity Fair España, Woods solicitou uma compensação de dois milhões de dólares por danos morais, mas acabou conseguindo outro acordo financeiro sem a necessidade de ir a tribunal.
Nos anos 1990, suas escolhas pessoais, escândalos e projetos pouco interessantes começaram a predominar, relegando-a cada vez mais a papéis secundários e, principalmente, aumentando sua reputação de pessoa difícil de lidar.
Entre os projetos daquela época, podemos mencionar 'Fire Birds' (1990 - foto), 'Blue Ice' (1992), 'Dr. Jekyll and Ms. Hyde' (1995) e 'Special Delivery' (1999).
Nesse mesmo período, a atriz travou uma dura luta contra o alcoolismo. Segundo a CBS News, ela entrou em reabilitação após um incidente ocorrido no Directors Guild of America Awards, quando interrompeu Julian Schnabel, o diretor de 'O Escafandro e a Borboleta' (2007).
Após os muitos momentos difíceis ao longo de sua carreira, nos últimos anos Sean Young conseguiu encontrar um novo espaço em Hollywood. Em 2017, ela esteve envolvida em 'Blade Runner 2049' como consultora para a reconstrução digital do rosto de Rachael.
Apesar das controvérsias, Sean Young continua sendo uma figura inesquecível, representando uma era de ouro do cinema que muitos ainda admiram. E é um exemplo claro de como é difícil manter o brilho quando se alcança o status de estrela absoluta em Hollywood.
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