Por que Josh Hartnett abandonou Hollywood (e retornou depois)?
Ele tinha potencial para ser o próximo Tom Cruise ou Brad Pitt do mundo do entretenimento, mas quando estava no auge do sucesso, optou por deixar Hollywood e recusar as pressões associadas a se tornar uma superestrela do cinema. Seu nome? Josh Hartnett, nascido em Saint Paul, Minnesota, em 1978.
Hartnett foi, por um momento, o novo galã oficial da indústria cinematográfica, além de demonstrar um talento excepcional como ator. É por isso que alguns não compreenderam seu desaparecimento repentino.
Depois de se dedicar, por um tempo, a filmes independentes, em 2021, ele retornou ao cinema convencional pelas mãos de Guy Ritchie com o filme de ação 'Infiltrado' ('Um Homem Furioso', em Portugal).
A verdade é que o diretor britânico o chamou por acaso, depois que um ator saiu do elenco. Josh Hartnett morava perto do set de filmagem e preparou-se para o papel quase da noite para o dia.
Pelo visto a parceria funcionou bem, porque, em 2023, Josh voltou a trabalhar com Guy Ritchie, no filme 'Operação Fortune: Missão Mortífera'.
É importante mencionar também sua participação no episódio 'Beyond the Sea' da sexta temporada de 'Black Mirror' (2023), que fez com que ele recuperasse seus fãs antigos e conquistasse também os das novas gerações.
Neste seu retorno, ele foi uma das estrelas de um dos filmes mais aclamados de 2023: 'Oppenheimer', de Christopher Nolan.
Mas o que passou pela cabeça de Josh Hartnett para querer deixar tudo aquilo com o qual outros atores só ousam sonhar?
"Manter Hollywood à distância foi o melhor para minha saúde mental e minha carreira", disse em uma entrevista concedida, em 2021, ao Channel Seven's Sunrise.
E é que Josh sentia-se aprisionado em seu papel de ator de destaque e decidiu escapar disso tudo, recusando papéis e diretores que, sem dúvida, o teriam elevado ainda mais.
Hartnett recusou interpretar o Super-Homem de Bryan Singer, o Batman de Christopher Nolan e também o papel de um dos vaqueiros em 'O Segredo de Brokeback Mountain'. Ele já estava comprometido em filmar 'A Dália Negra' (2006), filme dirigido por Brian de Palma que acabou se tornando um fracasso de bilheteria.
"Olhavam-me como se eu tivesse mordido a mão que me alimentava. Não foi isso. Não estava sendo teimoso ou rebelde. As pessoas queriam criar uma marca ao meu redor que fosse acessível e popular, mas eu não me identificava com a ideia de interpretar o mesmo personagem repetidamente, então diversifiquei", disse em uma entrevista ao The Guardian, em 2020.
Ele havia trabalhado com grandes diretores como Sofia Coppola em 'As Virgens Suicidas' (1999), Ridley Scott em 'Falcão Negro em Perigo' (2001) e Michael Bay em 'Pearl Harbor' (2001), mas seus objetivos profissionais, definitivamente, não estavam alinhados com o plano traçado pelas grandes produtoras de Hollywood.
Isso lhe custou caro e, por um tempo, foi motivo para que muitas portas se fechassem. "Aprendi a lição quando Christopher Nolan e eu discutimos sobre Batman. Decidi que não era para mim. Depois disso, ele não quis me colocar em 'O Grande Truque'", admitiu em uma entrevista à P l a y b o y, em 2015.
No obstante, nem tudo foi uma travessia no deserto, pois entre 2014 e 2016 ele foi visto na televisão, na série 'Penny Dreadful'.
Onde ele considera que definitivamente teve sucesso é em sua vida pessoal. Depois de relacionamentos fracassados, como os que teve com as atrizes Scarlett Johansson e Amanda Seyfried, ele conheceu, em 2012, a atriz e modelo britânica Tamsin Egerton. Com ela, mudou-se para uma cidadezinha na Inglaterra e teve três filhos, nascidos em 2015, 2017 e 2019.
Depois de quase uma década de relacionamento, em novembro de 2021, o casal oficializou sua união, em uma cerimônia íntima realizada em Londres, apenas para familiares e amigos mais próximos.
Atualmente, o ator está a viver um bom momento, tanto em uma esfera pessoal quanto profissional, mas Josh Hartnett é o vivo exemplo de que, em Hollywood, nada deve ser considerado garantido.
No entanto, ele parece estar preparado para retornar ao mundo do cinema sem ter traído sua essência, demonstrando ao mesmo tempo que, em algumas ocasiões, segundas partes podem ser boas.