A evolução de Ana Moura, estrela do fado, em fotos
A música tradicional portuguesa sempre teve seu espaço de destaque, ao longo de gerações. Hoje, alguns nomes a mantém mais que viva, como é o caso de Ana Moura, com sua inconfundível voz. Na galeria, relembre sua trajetória!
Ana Moura, recordista de vendas de discos em Portugal, nasceu em Santarém, em 1979, mas foi criada em Coruche.
Ainda criança, Ana começou a ter aulas de música com os pais e, ao mesmo tempo que aprendia a ler, começou a cantar fado e canções tradicionais da cultura portuguesa.
Na adolescência, estudou na Academia dos Amadores de Música em Carcavelos e experimentou diversos estilos musicais. Mas foi no fado, e, ao interpretar a canção 'Povo que Lavas no Rio', inicialmente interpretada por Amália, que ela, definitivamente, seguiu a sua partitura.
Pode-se dizer que a sua carreira como fadista começou por acaso. Uma noite, enquanto cantava num bar de Carcavelos, Ana decidiu cantar um fado, sem saber que o famoso guitarrista António Pereira estava na plateia. Ele reconheceu de imediato o potencial da jovem e apresentou-a ao mundo das casas de fado.
Em 2003, Ana Moura assinou contrato com a Universal e lançou o disco 'Guarda-me a Vida na Mão', que contou com a produção de Jorge Fernando, outro amante do fado de Amália.
Na sequência, vieram os álbuns ‘Aconteceu’ (2004) e ‘Para Além da Saudade’ (2007). Estes não só impulsionaram a sua carreira, como fizeram com que Ana ganhasse o mundo e indicações para diversos prémios.
Ana Moura realizou várias parcerias com músicos muito famosos, como Mick Jagger, por exemplo. Na época, os dois, juntamente com os demais integrantes dos Rolling Stones, subiram ao palco e interpretaram 'No Expectations'.
(Foto: Reprodução / YouTube)
Em 2010, Ana Moura conheceu e ficou amiga de Prince. Segundo relembrou a cantora no Expresso, o astro dizia que a música dela “tinha profundidade, mas precisava de uma batida”. No mesmo ano, fizeram uma apresentação em que juntos cantaram o 'Fado S e x y'.
Os álbuns seguintes mantiveram Ana Moura em alto patamar de sucesso. Em 2011, ela foi nomeada ao 'Best Artist Of The Year', um dos importantes prémios da prestigiada revista inglesa de música, Songlines.
Em 2012, é lançado o seu quinto disco, chamado 'Desfado'. Este alcança um sucesso sem precedentes, permanecendo no primeiro lugar do Top 30 de Portugal por bastante tempo.
O álbum ‘Desfado’ chegou com uma linguagem descontraída e uma proposta completamente inovadora, que lhe rendeu a longevidade dos tops nacionais.
Em seu trabalho, Ana sempre gostou de misturar culturas, ritmos e estilos musicais. No Brasil, ela encontrou-se com Gilberto Gil, com quem deu voz ao 'Fado Tropical', de Chico Buarque.
(Foto: Reprodução / YouTube)
O álbum ‘Moura’ chegou em 2015 e a canção ‘Dia de Folga’ não só estourou nas paradas de sucesso, como rendeu a Ana Moura um Globo de Ouro, na categoria de Melhor Música.
(Foto: Reprodução / YouTube)
Na sua digressão internacional de 2016, esteve, mais uma vez, no Carnegie Hall em Nova Iorque, onde fez uma homenagem ao amigo Prince (que havia falecido dias antes), cantando o tema angolano “Birin Birin”. Esta situação levou o famoso crítico Ben Ratliff a escrever: “Ela tem um forte e claro alcance de notas nos pontos mais altos da sua voz de contralto, em que se apoia fortemente, com efeitos poderosos”.
No mesmo ano e também na terra do Tio Sam, o The Guardian publicou: “Ela tem uma presença e uma voz tremendas”. Na ocasião, Ana participava de uma antologia de homenagem à Amália.
Após transitar por diversos caminhos, em 2020, Ana Moura iniciou a sua worldbeat e lançou o single 'Vinte Vinte', ao lado de Konan Osisris e Branko. Em 2021, a canção ressurge como homenagem a todas as pessoas "viveram a escuridão que 2020 trouxe".
Em 2021, Ana Moura iniciou um relacionamento com o cantor Pedro Mafama e, juntos, tiveram uma filha, Emília. No começo, o casal chamou atenção e o jornalista Luís Osório da rádio TSF opinou: “Alguns criticaram Mafama por se aproveitar de Ana Moura, por se pôr à frente dela quando se aproximava a câmara, por a subalternizar como se ele é que fosse a vedeta, por ser f e i o, por ser cromo, por não ser digno de confiança.”
No mesmo ano, foi a vez do sucesso ‘Andorinhas’. O single recebeu o prémio de Melhor Música, na edição de 2022 dos Globos de Ouro. Já o videoclipe foi consagrado como o melhor na edição de 2022 dos Play - Prémios da Música Portuguesa, e ela recebeu o galardão de Melhor Artista Feminina.
(Foto: Reprodução / YouTube)
Em novembro de 2022, Ana rompe com a Universal e produz, de forma independente, o disco ‘Casa Guilhermina’. No álbum, ela incorpora uma série de outros géneros, sobretudo ritmos de origem africana, como semba, kizomba e funaná, todos, alinhados com as inspirações tradicionais portuguesas, como o fandango.
A influência que vem de África bem como o título e uma das fotos da capa, é uma homenagem a sua avó, Guilhermina, de origem angolana, cuja importância é notória na vida da artista.
Assim que foi lançado, o ‘Casa Guilhermina’ liderou o ranking dos álbuns mais vendidos, por muitas semanas, e foi o grande vencedor da edição de 2023 dos Play - Prémios da Música Portuguesa, na categoria Melhor Álbum, além de conquistar o Prémio Crítica.