Sócrates: um craque para além dos campos de futebol
Sócrates foi um dos grandes craques do futebol brasileiro da década de 1980, reconhecido por sua habilidade técnica, excelente visão de jogo e liderança dentro e fora de campo.
Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira nasceu em 19 de fevereiro de 1954, em Belém, capital do Pará, e cresceu em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, onde começou a jogar futebol de salão.
Com nome de filósofo, Sócrates costumava ler muito, um hábito que herdou de seu pai. Iniciou a carreira de futebolista contratado pelo Botafogo de Ribeirão Preto, em 1973, enquanto estudava medicina.
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Em 1977, concluiu o curso na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, vinculada à Universidade de São Paulo, mas manteve seu compromisso com o futebol. Na verdade, destacou-se como um dos principais jogadores durante a conquista do título no primeiro turno do Campeonato Paulista. A partir daí, não parou mais. Na foto, aparece durante a Copa de 1982, contra a Nova Zenândia.
Foi então que o Doutor Sócrates, como foi apelidado, decidiu seguir a carreira no futebol e passou a ser cobiçado pelos grandes times paulistas.
Na imagem, Sócrates e Júnior, com a camisa da Seleção Brasileira, na Copa de 1986, no México.
Em 1978, o São Paulo e o Corinthians entraram na disputa pelo craque, mas o Timão levou a melhor. A partir daí, Sócrates fez história no Parque São Jorge, tornando-se um verdadeiro ídolo da torcida Fiel.
Ao lado de Casagrande (na foto, à direita), o meio-campista Sócrates realizou suas melhores jogadas no ataque do Timão e na Seleção Brasileira, evidenciando a marca que deixou no futebol, com seus impressionantes toques de calcanhar.
Seu talento era tão evidente, que Pelé chegou a dizer: “Ele joga melhor de costas do que a maioria de frente”, publicou o site do Museu do Futebol.
Com a camisa do Corinthians, Sócrates conquistou três Campeonatos Paulistas, em 1979, 1982 e 1983.
Mas Sócrates atuava também fora de campo. Foi um dos líderes do movimento chamado Democracia Corinthiana, que previa maior participação dos jogadores nas decisões do time.
Além disso, participou ativamente do movimento 'Diretas Já', que pedia o voto direto e democrático e o fim da ditadura no Brasil.
Em entrevista ao Globo, Sócrates declarou: "Não adianta nada ser um ídolo, uma pessoa pública, se não usar isto em benefício da sociedade".
Ele participou de duas Copas do Mundo, em 1982, na Espanha, e 1986, no México. Na primeira, foi capitão e peça chave, ao lado de Zico, Falcão e Júnior, embora tenham sido eliminados nas quartas de final, diante da Itália. Já na Copa do México, perdeu para a França, também nas quartas de final.
Em 1984, Sócrates transferiu-se para a Fiorentina, na Itália, desiludido após a rejeição, pela Câmara dos Deputados, da emenda que propunha eleições diretas.
No entanto, sua permanência na Europa foi breve. Menos de um ano depois, retornou ao Brasil para integrar o time do Flamengo, onde ficou até 1987, recusando propostas de clubes como a Roma, relatou o Globo.
Em outubro do mesmo ano, defendeu a camisa do Santos, durante o Campeonato Brasileiro. Dois anos depois, integrou novamente a equipe do Botafogo, antes de encerrar definitivamente sua carreira no futebol.
Após pendurar as chuteiras, atuou como colunista e comentarista esportivo e teve uma carreira discreta como treinador, liderando times como o Botafogo, a LDU (Equador) e a Cabofriense (RJ).
Na foto, em 2004, no aeroporto de Manchester, Reino Unido.
Em agosto de 2011, Sócrates foi hospitalizado no Hospital Albert Einstein em São Paulo, com uma hemorragia digestiva relacionada ao consumo excessivo de álcool.
Meses depois, enfrentou nova internação, por conta de uma intoxicação alimentar. Agravado pela condição debilitada, o ex-jogador faleceu em 4 de dezembro de 2011, aos 57 anos, de choque séptico, decorrente de uma infecção generalizada.
Na imagem, um cartaz com sua foto, durante seu funeral, em Ribeirão Preto, SP.
Lenda do futebol, foi eleito como Bola de Prata (1980) e Craque do Ano (1982 e 1983) pela revista Placar. Pela CNN Sports, entrou para a lista dos 100 maiores das Copas, em 2002. Em 2015, o jornal britânico The Guardian elegeu Sócrates como um dos seis esportistas mais inteligentes da história, seleta lista em que era o único futebolista.
Além disso, em 2022,a France Football lançou o Prêmio Sócrates, entregue, durante a cerimônia da Bola de Ouro, a personalidades do futebol com histórico de solidariedade.
O legado de Sócrates vai além das conquistas no campo, refletindo seu compromisso com a democracia e a busca por um esporte mais justo e participativo.
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