Rosa Mota, a maratonista portuguesa que continua a bater recordes, aos 65 anos
Rosa Mota é uma atleta portuguesa, campeã olímpica e mundial, que escreveu seu nome na história da modalidade mais nobre do atletismo, a Maratona.
Recentemente, Rosa Mota conquistou outro título histórico. Ela bateu o recorde mundial da Meia Maratona, na categoria de atletas com idades entre 65 e 69 anos, e completou a corrida em 1 hora, 26 minutos e 6 segundos, superando o recorde anterior em mais de seis minutos.
Como se não bastasse, apenas três semanas depois, em 22 de outubro de 2023, ela voltou a bater o próprio recorde mundial, na mesma categoria, em Valência, na Espanha, fixado em 1h25m52s.
Rosa Maria Correia dos Santos Mota nasceu no Porto, em Portugal, em 29 de junho de 1958. Sua família era pobre e ela ia à escola a pé.
No dia 21 de junho de 1973, aos 14 anos, Rosa conquistou o título de primeira portuguesa a correr os três mil metros em menos de 11 minutos. Em 1974, enquanto estudava na Escola Secundária Garcia de Orta, no Porto, descobriu a paixão pela corrida.
Rosa Mota começou a treinar pelo Futebol Clube da Foz, onde começava a ganhar fama e estabelecer recordes pessoais. Nos três mil metros, superou sua própria marca em quatro ocasiões. Nos 1500 metros, estabeleceu cinco novos recordes. A esta altura, Rosa já almejava fazer corridas mais longas.
Depois disso, passou pelo Futebol Clube do Porto, onde descobriu ter uma doença que poderia ser fatal para seu desempenho como atleta: a chamada "asma de esforço". Mesmo assim, não pensou em desistir. Em 1980, conheceu José Pedrosa, que lhe disse que a asma teria cura. Assim, Rosa Mota entrou para o Clube de Atletismo do Porto, onde ficou toda a sua carreira.
Rosa Mota participou da primeira maratona feminina em provas oficiais, no Campeonato Europeu de Atletismo, em Atenas, na Grécia, em 1982. Embora não fosse a favorita, ganhou o ouro, consagrando-se como uma grande atleta!
A década de 1980 foi o grande auge de sua carreira. Ela venceu mais duas maratonas em Campeonatos Europeus, em Stuttgart, na Alemanha (1986, foto), e em Split, na Croácia (1990).
Em sua primeira participação em Jogos Olímpicos, em 1984, a atleta portuguesa levou o bronze, depois de correr a maratona na cidade de Los Angeles.
Com grandes expectativas para a prova, o ouro olímpico veio nas Olimpíadas de Seul, em 1988, depois de correr uma maratona difícil.
Antes disso, Rosa Mota havia ganhado o ouro no Mundial de Roma, em 1987, dando a Portugal títulos inéditos, além de entrar para a história do esporte.
Apesar de todo o sucesso na carreira, Rosa Mota sofria de ciática e viu seu desempenho baixar, ano a ano.
Mas isso não a impediu de colecionar mais vitórias, como demonstrou em 1991, quando triunfou na Maratona de Londres (foto). No entanto, no mesmo ano, durante o Campeonato Mundial de Atletismo, em Tóquio, Rosa Mota foi forçada a abandonar a corrida. Finalmente, decidiu aposentar-se das competições, quando não conseguiu completar a Maratona de Londres, no ano seguinte.
Rosa Mota competiu em 21 maratonas no período de 1982 a 1992, o que equivale a uma média de duas maratonas por ano. Ela saiu vitoriosa em 14 dessas 21 corridas.
Considerada Embaixadora do Esporte, Rosa Mota foi honrada com o Prêmio Abebe Bikila (foto), devido à sua significativa contribuição para o desenvolvimento do treinamento em corridas de longa distância. O prêmio foi concedido a ela no final da Corrida Internacional da Amizade, um evento patrocinado pelas Nações Unidas, e entregue antes da Maratona de Nova York.
Em Portugal, ela é uma das atletas mais populares do país, carinhosamente apelidada de Rosinha.
No Brasil, sua popularidade também é notável. Ela é a grande vencedora feminina na famosa corrida de rua, a São Silvestre, que ocorre, anualmente, em São Paulo, no último dia de cada ano. Ela conquistou a vitória na prova em seis ocasiões, de forma consecutiva, iniciando este impressionante feito em 1981.