Sede da Copa do Mundo de 2030 não deveria ser a Espanha? Entenda polêmica!

Declarações polêmicas que abriram o debate
Se as coisas não evoluírem...
A dificuldade de jogar nessas condições
Episódios racistas desde os anos 90
Caso Darío Silva
Eto'o e sua decisão de deixar o campo
O dia em que jogaram uma banana em Daniel Alves
Racismo generalizado ou uma questão minoritária?
Racismo internalizado e normalizado
Negacionistas do racismo
Racismo é algo que vai além do futebol
Tendência crescente de comportamento racista
Um problema que
Falta de vontade das instituições
Críticas do mundo do futebol
O problema é mundial
As escolhas da FIFA
O que dizem e o que acontece
Medidas mais duras contra o racismo
Racismo sistêmico
Altos níveis de desigualdade
Declarações polêmicas que abriram o debate

O craque do Real Madrid, Vinicius Jr., deu sua opinião, recentemente, sobre se a Espanha deveria ou não ser sede da Copa do Mundo de 2030 - junto com Portugal e Marrocos, tendo em vista os casos de racismo ocorridos nos estádios do país, principalmente contra ele.

Se as coisas não evoluírem...

“Até 2030 temos uma grande margem de evolução. Espero que a Espanha consiga evoluir e entenda a gravidade que é insultar uma pessoa por causa da cor da sua pele. Porque, se até 2030 as coisas não evoluírem, acho que o mundial teria que mudar de lugar", foram as palavras do atacante em entrevista à CNN.

A dificuldade de jogar nessas condições

E acrescentou: "Se os jogadores não se sentem confortáveis e não se sentem confiantes jogando em um país onde podem sofrer racismo, é muito complicado".

Episódios racistas desde os anos 90

Episódios racistas nos estádios espanhóis não são de hoje. Já na década de 1990, jogadores como Wilfred Agbonavbare, Roberto Carlos e Adolfo 'el Tren' Valencia sofreram várias ofensas.

Caso Darío Silva

Da primeira década dos anos 2000, são especialmente lembrados casos como o de Darío Silva, que agrediu um torcedor rival por lhe dizer que “todos os negros deveriam estar mortos”.

Eto'o e sua decisão de deixar o campo

Na mesma época, Samuel Eto'o quis deixar o campo na partida contra o Real Zaragoza, em que foi insultado. Carlos Kameni e Ronaldo Fenômeno também sofreram racismo no campo.

O dia em que jogaram uma banana em Daniel Alves

Um torcedor chegou inclusive a jogar, das arquibancadas do El Madrigal, uma banana em Daniel Alves, comparando-o a um m a c a c o. Nyom em Elche, Paulão em Sevilha, Pape Diop em Valencia, Marcelo em Madrid e Umtiti são outros jogadores que sofreram com o racismo em campo.

Racismo generalizado ou uma questão minoritária?

Sem querer generalizar, Vinicius suavizou as suas palavras ao lembrar que “há muitas pessoas na Espanha, ou mesmo a maioria, que são não são racistas, mas há um pequeno grupo que acaba afetando a imagem de um país tão agradável de se viver".

Racismo internalizado e normalizado

Questionada se a Espanha é racista, a Anistia Internacional deu dois pontos de vista numa entrevista ao portal Infobae. Por um lado, salienta que “algumas pessoas se questionam sobre isto com surpresa, o que ainda é um sintoma grave de quão internalizadas e normalizadas são muitas atitudes e comportamentos racistas e xenófobos”.

Negacionistas do racismo

Por outro lado, “outras pessoas negam o racismo diretamente, considerando que os insultos recebidos por Vinícius não passam de uma anedota protagonizada por quatro radicais, e que, portanto, deveria ficar por isso mesmo”.

Racismo é algo que vai além do futebol

O coordenador Blvck Pvper, meio digital que luta ativamente contra a discriminação racial na Espanha, Guillermo Akapo Bisoko, explicou ao Infobae que "o racismo vai além da mera questão de condenar uma pessoa por proferir cantos racistas contra um jogador de futebol".

Tendência crescente de comportamento racista

Akapo Bisoko denuncia que a estrutura social na Espanha é racista em si e explica: "Além do futebol e do esporte, algo falha quando os dados mais recentes indicam uma tendência crescente de regulamentações, práticas e comportamentos racistas e xenófobos nos últimos anos, e continuamos sem um compromisso claro de lutar contra o racismo e a discriminação".

Um problema que "se tornou normal"

Sua denúncia dirigiu-se também aos outros países organizadores, Portugal e Marrocos, lembrando casos semelhantes como os de Moussa Marega e Chancel Mbemba. “O problema do racismo no esporte espanhol é que foi normalizado a níveis que até normalizaram o silêncio do atleta", lembrou.

Falta de vontade das instituições

E, embora desde 2007 a lei em Espanha condene questões como os insultos racistas dentro e fora dos estádios, Akapo Bisoko lamentou que "a falta de vontade e ação das instituições responsáveis manifesta uma eficácia limitada da aplicação legal". Ele também reflete: "Quase nenhum jogo é suspenso, e arquibancadas e estádios não são fechados".

Críticas do mundo do futebol

Apesar de tudo, a declaração de Vinicius fez com que muitos profissionais ao redor do mundo reagissem. Seu companheiro de time Dani Carvajal afirmou que “a Espanha não é um país racista”; já o hispano-brasileiro Donato, disse que Vinicius "deveria pedir desculpas por suas palavras".

O problema é mundial

O fato é que, infelizmente, a discriminação com base na cor da pele é um problema no mundo inteiro. Os últimos quatro países que sediaram a Copa do Mundo ou os dois que estão prestes a fazê-lo não ficam de fora.

As escolhas da FIFA

África do Sul, Brasil, Rússia, Qatar,  Estados Unidos e Arábia Saudita, segundo a Anistia Internacional, excedem em muito o que se pode ver na Espanha. Nesse sentido, os critérios da FIFA são questionados, já que, entre outras coisas, a entidade diz escolher países-sede sob a bandeira da luta antirracista.

 

O que dizem e o que acontece

“Instituições como a FIFA dizem que a celebração da Copa do Mundo deixa um legado positivo para os direitos humanos nos países anfitriões. No entanto, a realidade é bem diferente”, salienta a Anistia Internacional.

Medidas mais duras contra o racismo

Em seu 74º Congresso, realizado em maio de 2024, a FIFA abordou a adoção de sanções específicas para casos de racismo como a chamada "derrota automática" nas partidas afetadas, além do fato de poder constituir infração penal.

Racismo sistêmico

“Hoje, há problemas endêmicos relacionados à discriminação (…) Devido ao racismo sistêmico, ocorrem a b u s o s policiais que afetam desproporcionalmente a população negra”, aponta a Anistia Internacional.

Altos níveis de desigualdade

“Este racismo sistêmico afeta os direitos civis, políticos, culturais, econômicos e sociais da população negra, especialmente das mulheres, que enfrentam uma infinidade de obstáculos para ter acesso aos seus direitos”, complementa a ONG.

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