O grave problema de saúde que ameaça os atletas olímpicos em Paris

Calor extremo
O evento olímpico mais quente já registrado
Efeitos na saúde
Relatório sobre anéis de fogo: riscos de calor nas Olimpíadas de Paris em 2024
Os Jogos de Tóquio em 2021, um exemplo
O mais quente da história
Daniel Medvedev pensou que iria morrer
Paula Badosa, em cadeira de rodas
Marcus Daniell estava com medo de morrer
Impactos na saúde física e mental
Em Paris, 50 ondas de calor entre 1947 e 2023
Efeito ilha de calor urbano
Em 2003, uma onda de calor na França causou 14 mil mortes
Dificuldade em regular a temperatura corporal
De queimaduras a colapsos
Sem ar condicionado
Não é suficiente
Calor extremo

Os Jogos Olímpicos de Paris, um dos principais eventos esportivos do ano, estão envolvidos em polêmica. O responsável tem nome e sobrenome: calor extremo.

O evento olímpico mais quente já registrado

As preocupações aumentaram nas últimas semanas devido às previsões climáticas: na verdade, este poderá tornar-se o evento olímpico mais quente alguma vez registado, conforme noticiado pela Euronews.

Efeitos na saúde

As altas temperaturas levantam dúvidas não só entre especialistas, mas também entre atletas, sobre os efeitos na saúde dos participantes dos jogos.

Relatório sobre anéis de fogo: riscos de calor nas Olimpíadas de Paris em 2024

Recentemente, a Associação Britânica para o Esporte Sustentável e Atletas Líderes, produziu um relatório em conjunto com a Climate Central e Front Runners, intitulado Rings of Fire: Heat Risks at the 2024 Paris Olympics. Nele, testemunhos de atletas, bem como opiniões de médicos e especialistas, revelam as consequências do calor extremo nos atletas.

Os Jogos de Tóquio em 2021, um exemplo

Na verdade, o perigo do forte calor nestes eventos esportivos não é novo. De acordo com o estudo, as temperaturas de 34 graus registradas nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021 oferecem “uma janela para um padrão alarmante e crescente do que poderá repetir-se nos Jogos Olímpicos de Verão”.

O mais quente da história

“À medida que as temperaturas subiram acima dos 34°C e a humidade atingiu quase 70%, os Jogos no Japão tornaram-se “os mais quentes da história”, lê-se no estudo.

Daniel Medvedev pensou que iria morrer

As fotos deixadas por aqueles Jogos Olímpicos não deixaram margem para interpretação. Um dos tenistas mais fortes do mundo, o russo Daniel Medvedev, disse durante uma competição: “Posso terminar a partida, mas posso morrer”, conforme noticiou a agência AP.

Paula Badosa, em cadeira de rodas

Já a espanhola Paula Badosa saiu da quadra em cadeira de rodas e teve que se retirar da partida contra Marketa Vondrousova, devido à insolação.

Marcus Daniell estava com medo de morrer

O tenista Marcus Daniell, que conquistou a medalha de bronze nos Jogos de Tóquio, também expressou medo de morrer no campo, durante as partidas.

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Impactos na saúde física e mental

O atleta japonês e campeão mundial de 2019, Yusuke Suzuki, conta aos autores do relatório como "as consequências duradouras da doença causada pelo calor atrapalharam seus sonhos olímpicos em Tóquio e tiveram um profundo impacto pessoal e profissional, afetando sua saúde física e mental."

Em Paris, 50 ondas de calor entre 1947 e 2023

De acordo com o relatório Rings of Fire, desde 1924, quando Paris acolheu pela última vez os Jogos Olímpicos, as temperaturas anuais na capital francesa aumentaram 1,8°C. A região de Paris sofreu 50 ondas de calor entre 1947 e 2023, que aumentaram em frequência e intensidade como resultado das alterações climáticas.

Efeito ilha de calor urbano

Da mesma forma, o calor do verão é intensificado na capital francesa devido ao efeito ilha de calor urbano, ou seja, as áreas urbanas tendem a ser mais quentes do que as áreas rurais circundantes, como explica o estudo.

Em 2003, uma onda de calor na França causou 14 mil mortes

Além disso, o estudo detalha que os jogos de 2024 são realizados nas mesmas datas em que, em 2003, a França sofreu uma onda de calor que levou à morte de 14 mil pessoas. “Naquela época, a temperatura máxima registrada em Paris era de 39,5 graus. Verões extremamente quentes semelhantes aos de 2003 são agora dez vezes mais prováveis devido às alterações climáticas”, explicam.

Dificuldade em regular a temperatura corporal

As consequências no corpo dos atletas são evidentes. “ As condições de calor e/ou umidade dificultam a perda de calor e dificultam a regulação da temperatura interna do corpo. Isto afeta o desempenho físico, especialmente quando a exposição é prolongada” e é necessário um ritmo de exercício elevado e sustentado, destaca o estudo.

De queimaduras a colapsos

“O elevado calor e humidade ambiente podem causar impactos prejudiciais adicionais: desde queimaduras solares e cãibras, até exaustão pelo calor ou mesmo colapso devido a insolação, colocando potencialmente a saúde e o bem-estar em risco. Isso pode ocorrer em atletas, mas também em dirigentes e espectadores”, alertam especialistas.

Sem ar condicionado

Outra preocupação dos atletas é o descanso. As altas temperaturas, de fato, afetam a qualidade do sono. E as Olimpíadas de Paris, que pretendem ser as mais ecológicas, não prevêem ar condicionado em edifícios como a Vila Olímpica, complexo residencial onde ficam os atletas. Em vez disso, fornece um sistema de resfriamento geotérmico. No entanto, a organização garante que os atletas terão adeptos, noticia a Euronews.

Não é suficiente

Como explica a Euronews, embora a temperatura exterior seja de 39 graus, os organizadores afirmam que conseguirão atingir uma temperatura interior de 23 a 26 graus. No entanto, delegações como a Grécia e a Austrália não consideram isto suficiente e sugeriram que os seus atletas trouxessem os seus próprios aparelhos de ar condicionado portáteis.

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