O massacre ocorrido nas Olimpíadas do México do qual poucos recordam
Os Jogos Olímpicos de 1968, sediados na Cidade do México, foram marcados não apenas pelos eventos esportivos, mas também pelas questões sociais predominantes da época.
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Durante um protesto estudantil, as autoridades mexicanas responderam com violência aos manifestantes, resultando em um trágico massacre. Segundo a BBC, a polícia mexicana da época já era conhecida por a b u s o s, mas a intensidade da agressão contra os estudantes foi considerada excessiva.
Diante da iminência do evento, as autoridades mexicanas optaram por uma medida extrema, ordenando que o exército disparasse contra os estudantes, enquanto eles se manifestavam pacificamente na Plaza de las Tres Culturas, em Tlatelolco.
Anos mais tarde, soube-se que, além do exército, o chamado “Batallón Olimpia”, um setor secreto do governo, estava envolvido. Devido à censura do governo, o número exato de vítimas é desconhecido. Estima-se que o número de mortos esteja entre 300 e 400, relatou El País.
Embora não tenha havido grandes gestos de protesto relacionados ao ocorrido em Tlatelolco, a escritora Elena Poniatowska afirmou em seu livro, ‘A Noite de Tlatelolco’, que um atleta italiano expressou grande descontentamento com o episódio.
No livro, Poniatowska cita o atleta, dizendo: “Se estão a matar estudantes para que haja Olimpíadas, seria melhor que não houvesse, pois nenhuma Olimpíada, nem todas juntas, vale a vida de um estudante".
Por outro lado, os Jogos Olímpicos do México 68 também foram palco de um protesto emblemático contra a discriminação racial.
Depois de conquistarem as medalhas de ouro e bronze na prova de 200 metros, Tommie Smith e John Carlos ergueram o punho, vestindo uma luva preta, enquanto tocava o hino nacional dos Estados Unidos.
Tanto eles como Peter Norman, o australiano que conquistou a medalha de prata e subiu ao pódio, ao lado de Smith e Carlos, usavam um distintivo que dizia “direitos humanos”.
(Na imagem, um graffiti do momento emblemático, em Melbourne, Austrália)
O gesto foi visto como um ato de solidariedade ao movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos, bem como uma denúncia do racismo e da discriminação, em todo o mundo.
No entanto, a manifestação resultou na expulsão de Smith e Carlos da Vila Olímpica, o que provocou protestos de outros atletas, que também utilizaram boinas pretas no pódio, em solidariedade ao movimento Black Power.
Ambos os gestos tiveram um impacto duradouro. O ato de erguer o punho envolto em uma luva preta, assim como o uso da boina preta, tornaram-se um ícone cultural e político do movimento conhecido como "poder negro".
Além disso, o gesto do punho levantado foi imitado em muitas outras manifestações, contra a injustiça e a opressão.
Para os mexicanos, o ano de 1968 ficará para sempre marcado pelo ocorrido em Tlatelolco. Na imagem, um protesto pelos 50 anos do evento Tlatelolco, em 2018.
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