María de Villota: vida e morte da piloto de F1 que nunca mais foi a mesma

Uma mulher com o automobilismo no sangue
Competindo desde os 16 anos
Entre os melhores
Primeiros passos na Fórmula 3
Outras competições
De volta ao carro
Colaborador da equipe Renault F1
Piloto de testes da Marussia
O terrível acidente que marcou seu fim
Ela bateu a cabeça na rampa de um caminhão
Demorou a ser retirada do veículo
Não recebeu informações sobre como parar o carro
Foi empurrada contra o caminhão
Três cirurgias e cinco dias em coma
Consequências físicas e emocionais
Reconstrução craniana e ocular
Novo projeto em conjunto com a FIA
Casou-se com o namorado Rodrigo García Millán
Outras novas responsabilidades
Dando a vida pelos outros
Adeus final a María de Villota
Consequência de lesões neuronais
‘Morrer, até certo ponto, é também decidir’
Uma mulher com o automobilismo no sangue

María de Villota tinha o automobilismo no sangue. Era filha do ex-piloto espanhol Emilio de Villota e, desde muito jovem, interessou-se por este esporte, através da escola que o pai criou.

Competindo desde os 16 anos

Foi aos 16 anos que Maria de Villota competiu, pela primeira vez no kart. Depois, ingressou, junto com seu irmão Emilio, no programa de seleção de Jovens Pilotos da Movistar, para participar da Fórmula Toyota Castrol.

Entre os melhores

Foi lá que Villota demonstrou o grande valor que tinha. Depois de passar nas diversas provas organizadas, chegou à final e foi selecionada como piloto reserva do programa, entre 1.500 candidatos.

Primeiros passos na Fórmula 3

Entre 1999 e 2005, María de Villota estreou em monolugares no Campeonato Espanhol de Fórmula 3, passando por equipes como Skualo Competción, Meycom, GTA Motor Competión e Racing Engineering.

Outras competições

Mais tarde, ela foi a torneios como as 24 Horas de Daytona de 2005; os 1.000 quilômetros da Hyundai no Circuito Jarama, em 2006; o ADAC Procar na Alemanha, em 2007 e várias corridas de GT. Até que foi convidada, em 2006 e 2007, para disputar as rondas do circuito valenciano Ricardo Tormo, da Taça do Mundo de Carros de Turismo (WTCR).

De volta ao carro

Mas o que sempre chamou a atenção de María de Villota foi a Fórmula 1, por isso, em 2008, ela voltou ao volante de um carro para disputar uma corrida da Euroseries 3000, substituindo o italiano Matteo Cozzari.

Colaborador da equipe Renault F1

O sonho de María de Villota começou a se tornar realidade naquele ano de 2011, ao fazer um acordo com a equipe Renault F1 para representá-la em eventos corporativos, inclusive participando de um teste no circuito Paul Ricard, na França, com um carro da temporada de 2009.

Piloto de testes da Marussia

Aos 32 anos, no dia 7 de março de 2012, foi contratada como piloto de testes da equipe russa Marussia. Assim começou uma nova etapa emocionante em sua carreira que, no entanto, não duraria muito...

O terrível acidente que marcou seu fim

Apenas quatro meses depois, ela saltou para o circuito do aeródromo de Duxford (Cambridgeshire, Reino Unido) aos comandos de seu Marussia MR01, para realizar uma volta de instalação. Surpreendentemente, ao retornar aos boxes, o carro não parou completamente.

Ela bateu a cabeça na rampa de um caminhão

A pista estava molhada pela água da chuva e, aparentemente, o sistema anti-stall do carro dirigido por María de Villota não funcionou corretamente. Isso fez que ela não conseguisse frear bem e batesse em uma rampa de caminhão, justamente na altura de sua cabeça.

Demorou a ser retirada do veículo

Segundo a BBC, o carro circulava a uma velocidade entre 50 e 65 quilômetros por hora, no momento do impacto. Com ferimentos na cabeça e no rosto, ela demorou a ser retirada do veículo.

Não recebeu informações sobre como parar o carro

Em 2015, um relatório sobre o acidente do Health and Safety Executive (HSE) revelou que, embora a equipe não fosse responsável pelo acidente, a piloto não recebeu informações sobre como parar o carro nos boxes, nem sobre outros sistemas.

 

Foi empurrada contra o caminhão

Assim, após completar duas voltas na pista, ela entrou nos boxes e, devido ao engate incorreto das marchas e do sistema anti-stall de seu carro, María De Villota foi empurrada contra o caminhão.

Três cirurgias e cinco dias em coma

No Hospital Addenbrooke's, em Cambridgeshire, para onde foi transferida imediatamente, ela passou por três cirurgias que, juntas, duraram mais de 30 horas. Permaneceu em coma por cinco dias, antes de apresentar sintomas de melhora.

Consequências físicas e emocionais

Para sua sorte, ela não sofreu nenhuma consequência neural, mas perdeu o olho direito e o olfato, além da capacidade de perceber corretamente as distâncias e, com isso, o sonho de continuar na alta competição, dentro da Fórmula 1.

Reconstrução craniana e ocular

No final de novembro de 2012, María de Villota foi submetida a uma nova operação de reconstrução craniana e ocular, para iniciar uma nova vida com o que passou a ser seu característico tapa-olho.

Novo projeto em conjunto com a FIA

A partir de março de 2013, ela tornou-se responsável da categoria Monoposto da Comissão de Pilotos da FIA, a Federação Internacional de Automobilismo, junto com Karun Chandhok e Nigel Mansell.

Casou-se com o namorado Rodrigo García Millán

A ex-piloto começou a reestruturar sua vida e, no dia 28 de julho de 2013, casou-se com o namorado, Rodrigo García Millán.

Outras novas responsabilidades

Formada em Atividade Física e Ciências do Esporte, também atuou como diretora da Escola Piloto Emilio de Villota, representante e embaixadora do Dia da Mulher da Comunidad de Madrid e embaixadora contra a Violência de Gênero.

Dando a vida pelos outros
Ao longo de 15 meses, concentrou-se em promover a segurança rodoviária, através de palestras, ajudou crianças com doenças neuromusculares e mitocondriais, através da Fundação Ana Carolina Díez Mahou, e mulheres em situação de violência. Também escreveu um livro intitulado 'La vida es un regalo'.
Adeus final a María de Villota

Porém, para surpresa de todos, no dia 11 de outubro daquele ano de 2013, María de Villota foi encontrada morta, num hotel de Sevilha, onde apresentaria seu livro.

Consequência de lesões neuronais

Segundo a autópsia, a sua morte ocorreu por causas naturais e como consequência das lesões neurológicas que sofreu no acidente no Reino Unido.

‘Morrer, até certo ponto, é também decidir’

"Não é tremendo nem mórbido: é como a vida; incrível, surpreendente, difícil e lindo. Esta noite levantei da cama para contar isso. Saí da cama porque, como muitas outras noites, sinto uma dor no p e i t o que meus remédios não acalmam. Portanto, não é só viver que decide. Eu diria, por experiência própria, que morrer até certo ponto também é decidir”, diz a introdução de seu livro.

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