Grandes jogadores de futebol que sofreram problemas de saúde mental
A expectativa de todos é de que os jogadores de futebol sejam sempre infalíveis. No entanto, essa pressão constante, muitas vezes, afeta a saúde mental deles. Na galeria, reunimos alguns dos que alegaram passar por isso, durante ou após suas carreiras. Confira!
Vertonghen sofreu uma concussão após um choque com seu ex-companheiro de equipe, Toby Alderweireld, e com o goleiro do Ajax, Andre Onana. Nos meses seguintes, queixou-se de tontura e dores de cabeça, conforme revelou ao podcast belga, 'Mid Mid': "Fui a quase todos os especialistas, mas não acharam nada. Agora, quando vejo fotos, percebo que algo estava errado. Eu estava abatido".
Na época, Vertonghen não quis falar sobre o assunto, pois temia que isso pudesse impactar sua carreira. “Meu contrato estava no fim, se eu dissesse que tinha problemas psicológicos, não sabia o que poderia significar para os outros clubes”, explicou.
O craque espanhol, Andrés Iniesta, começou a sentir sintomas estranhos, após o falecimento repentino do jogador e amigo, Dani Jarque, disse ele, ao podcast The Wild Project, em 2022.
“Quando eu lutava contra a depressão, o melhor momento do dia era quando tomava os remédios e ia para a cama. Perdi a vontade de viver, abraçava minha esposa e era como abraçar um travesseiro, não sentia nada", disse Iniesta. O ex-jogador do FC Barcelona procurou ajuda profissional: "Continuei na terapia, porque preciso fazer as pazes comigo mesmo."
Gianluigi Buffon sofreu de depressão, enquanto estava no Juventus. “Por alguns meses, tudo perdeu o sentido. Foi um momento muito difícil. Eu tinha 25 anos e estava no ponto mais alto da minha carreira”, disse ele, à Vanity Fair.
“Parecia que ninguém se importava comigo, todos queriam saber apenas sobre o jogador de futebol que eu representava”, explicou o italiano. "Nunca tive medo de mostrar minhas emoções ou de chorar. Não deveríamos ter vergonha de fazer isso", acrescentou.
Outro jogador que tem falado abertamente sobre seus problemas mentais é Jesse Lingard. Ele teve dificuldades no Manchester United, em 2020, e recorreu ao álcool. "Literalmente, eu só queria ficar em casa e beber um pouco, tentar aliviar a dor", disse ele, ao The Guardian.
Na época, ele teve que cuidar de seus irmãos, pois sua mãe estava doente. Além disso, foi maltratado por torcedores, após um jogo da FA Cup. "Sentia-me muito controlado, especialmente depois do jogo contra o Derby, pois fui maltratado quando entrei no ônibus", disse ele. "Ninguém realmente sabia das minhas dificuldades fora do campo. Quando se trata da saúde e do bem-estar de alguém, a situação é diferente. Todos nós somos humanos", acrescentou.
A ex-estrela do Chelsea, Christian Pulicic disse ao canal do Chelsea, no YouTube:"Quando tudo depende de você, é realmente difícil. Durante esse período [de depressão], procurei um terapeuta e ninguém deveria se envergonhar disso”.
E continuou: “Falar sobre os sentimentos é algo que pode ajudar muito. Fiz isso pessoalmente e vi outras pessoas fazerem. Tirar o peso do p e i t o e falar sobre o assunto é muito importante”.
Michael Carrick fez uma bela carreira no Tottenham e no Manchester United, mas depois da derrota na final da Liga dos Campeões, contra o Barcelona, em 2009, o meio-campista foi ao fundo do poço. Em sua autobiografia, 'Between the Lines', ele disse que, naquela época, queria deixar a Copa do Mundo de 2010.
“Posso falar sobre isso agora, não tenho vergonha. Mas não sei ao certo por que cheguei àquela situação, foram muitas coisas e, no final, o meu futebol sofreu com toda a situação", continuou Carrick.
Ronaldo Nazário foi um dos melhores atacantes da história do futebol. Porém, o brasileiro passou por dificuldades mentais, após sua bem-sucedida carreira. “Faço terapia há dois anos e meio e estou muito melhor do que antes”, disse, ao jornal Marca, em 2022.
“Sou de uma geração em que você tinha que dar o seu melhor, sem o menor sinal de cansaço. Olho para trás e vejo que fomos expostos a uma tensão mental muito grande, sem qualquer preparação para isso", disse ele.
“Hoje, os jogadores estão mais preparados, recebem os cuidados médicos necessários para enfrentar o dia a dia e o perfil psicológico de cada um é analisado”, acrescentou o brasileiro. “Na minha época, não existia nada disso, infelizmente. Sempre soubemos que o futebol pode causar estresse e afetar todos os aspectos da vida.”