Depois de punida, atleta mexicana entra na política para fazer justiça
Paola Espinosa é uma das lendas do esporte no México, tendo contribuído significativamente para elevar o nível esportivo do país, especialmente nos Jogos Olímpicos, ao longo de seus 28 anos de carreira.
Nascida na Cidade do México em 31 de julho de 1986, mudou-se para La Paz (Baja California Sur) com apenas 9 meses de idade e foi lá onde começou a praticar natação. Aos 11 anos, voltou à capital para começar a treinar como atleta de alto rendimento.
Siga-nos aqui e verá, a cada dia, conteúdos que lhe interessam!
Conforme explicado no portal olympics.com, sua principal motivação para se tornar atleta olímpica foram os Jogos de Barcelona de 1992. Quando começou a competir, os melhores saltadores eram homens, mas ela mostrou que as mulheres também eram competitivas e deu início à nova geração de saltadoras ornamentais do México.
Sua primeira participação em Jogos Olímpicos foi em Atenas 2004, aos 18 anos.
Quatro anos depois, Espinosa chegou aos Jogos de Pequim 2008 como porta-bandeira da delegação mexicana. Desta vez, conquistou a medalha de bronze no salto ornamental sincronizado, ao lado de Tatiana Ortiz.
Em 2012, voltou a ser medalhista olímpica, conquistando a prata ao lado de Alejandra Orozco, na plataforma sincronizada de 10 metros.
Um ano depois do bronze em Pequim, em 2009, Espinosa alcançou uma das conquistas mais importantes de toda a sua carreira: a medalha de ouro na plataforma de 10 metros no Campeonato Mundial de Natação de Roma. Na ocasião, superou a atual campeã olímpica, a chinesa Chen Ruolin, tornando-se também a primeira saltadora mexicana a ganhar o título mundial.
Também não podemos deixar de mencionar as suas conquistas de 7 ouros, 2 pratas e 1 bronze nos Jogos Pan-Americanos. Nos Jogos Centro-Americanos e Caribenhos de Mayagüez 2010, a atleta brilhou com três medalhas de ouro.
No entanto, perto de completar 36 anos, no dia 9 de maio de 2022, Paola Espinosa anunciou sua aposentadoria por videoconferência, o que ocorreu devido às suas disputas com a Comissão Nacional de Cultura Física e Esportes (CONADE) do México, então dirigida pela ex-atleta Ana Gabriela Guevara.
Segundo o Los Angeles Times, Espinosa não foi selecionada para representar o México nas Olimpíadas de Tóquio de 2020 como punição por se recusar a publicar uma carta de apoio às autoridades esportivas mexicanas em suas redes sociais.
Em uma entrevista coletiva, a atleta mexicana não quis se posicionar sobre o desaparecimento do Fundo para o Esporte de Alto Rendimento (Fodepar), que vinculou o CONADE ao desvio de dinheiro destinado a atletas, em um caso óbvio de corrupção.
“Na verdade, é algo que não tenho conhecimento e que não pude apoiar, acho que essa foi a principal raiva”, explicou a atleta sobre o motivo da sua ausência nos Jogos de Tóquio. Ana Guevara, por outra parte, sempre negou que estivesse motivada por temas extra-esportivos.
Após se despedir do esporte de elite, Paola Espinosa concentrou-se em sua família, especialmente em sua filha Ivana, nascida em 2017, e na fundação que leva seu nome. O projeto tem como objetivo combater a obesidade e o bullying infantil através da promoção da atividade física.
No entanto, em maio de 2024, entrou no cenário político mexicano. Paola Espinosa lançou-se nesse desafio e começou a colaborar estreitamente com a coligação "Força e Coração pelo México", formada por PAN, PRI e PRD, para as eleições federais de 2 de junho deste ano.
Espinosa foi eleita deputada federal pelo Distrito 8 de Guadalajara (Jalisco), superando suas rivais, Ana Gabriela Velas, do Cidadão Partido Movimento, e Juan José Hernández Rodríguez, do Morena, PT e Partido Verde.
Em entrevista ao jornal El Economista, ela falou abertamente sobre sua nova vida na política: “Isso não me assusta nada, sou uma mulher muito sincera, é assim que tenho sido desde sempre. Também não me incomoda como possa afetar minha imagem como atleta, pois pretendo fazer as coisas bem, de coração".
Sua incursão na política tem um objetivo claro: um dia liderar o CONADE. "Não sei se isso vai acontecer, mas a mensagem que quero transmitir é que, se estiver lá, vou me esforçar para fazer o meu melhor", afirmou ao El Economista, destacando a importância de ouvir seus colegas atletas, treinadores e médicos, que há tanto tempo precisam ser ouvidos.
Siga-nos aqui e verá, a cada dia, conteúdos que lhe interessam!