Campeão de boxe e... serial killer? A sombria história de Freddie Mills
Freddie Mills (1919-1965) era considerado, por muitos, um herói nacional na Grã-Bretanha, devido aos seus inúmeros sucessos no mundo do boxe.
Entretanto, ele foi acusado pelo escritor Michael Litchfield, de estar por trás do assassinato de até oito mulheres, cujos corpos foram encontrados no rio Tâmisa, em Hammersmith, a oeste de Londres, na década de 1960.
O autor destes crimes foi apelidado de "Jack, o Estripador", uma vez que suas vítimas apareciam sempre sem roupa. No entanto, embora a polícia parecesse estar sempre no seu encalço, nunca conseguiu prendê-lo.
Litchfield garante que Mills teria confessado ao principal investigador do caso, John du Rose, que seria um colega fiel do boxeador, ser a pessoa que a polícia procurava.
Esta informação nunca foi confirmada pelos agentes que cuidaram do caso ou por alguém próximo ao boxeador.
Freddie Mills subiu, aos poucos, na hierarquia do boxe, vencendo lutas com seu famoso estilo agressivo e capacidade de resistir a socos.
Em 1942, Mills lutou diante de 30 mil torcedores, em White Hart Lane, em Tottenham, na disputa pelo título britânico dos meio-pesados, e ganhou.
Mills queria o título mundial e organizou uma luta contra o americano Gus Lesnevich. No entanto, dados o compromisso de Mills com a Royal Air Force durante a Segunda Guerra Mundial, esta luta não aconteceu.
A primeira chance de Mills pelo título mundial foi, novamente frustrada, já que ele perdeu uma luta dura para Lesnevich, em sua terra natal.
Em 1948, cerca de três anos após a luta anterior, Mills e Lesnevich voltaram a se encontrar no ring. Desta vez, diante de 46 mil torcedores no estádio White City, no oeste de Londres, Mills conquistou a vitória.
Apenas cinco anos depois, com apenas 30 anos, Mills decidiu encerrar sua carreira no boxe. Depois de pendurar as luvas, aproveitou a fama e a notoriedade para abrir um restaurante e investir em imóveis.
Durante esse período, Londres estava repleta de várias gangues e redes criminosas. Uma delas era liderada pelos sanguinários gêmeos Kray, Ronnie e Reggie. Mills foi um bom amigo de Ronnie durante os anos 1950 e 1960.
A ex-esposa de Ronnie Kray, Kate, disse: “Ronnie e Freddie eram bons amigos. Tanto que muitas pessoas acreditaram que eram amantes. Eu perguntei a Ron sobre isso antes de ele morrer e ele me disse que não havia um pingo de verdade nisso.”
Em 24 de julho de 1965, o corpo de Mills foi encontrado sem vida, dentro de seu carro. As informações da época apontavam para uma morte violenta, devido a ferimentos de bala no olho direito e outras partes do corpo do lutador. A polícia concluiu que ele havia tirado a própria vida. Outros sugerem que ele foi assassinado por gangsters chineses, que tentavam assumir o controle de uma boate que Mills administrava.
Jimmy Trippet, ex figura do Hampa, acredita que “Freddie temia que a polícia o estivesse cercando por causa dos assassinatos e decidiu tirar a própria vida, em vez de enfrentar julgamento. Aparentemente, ele sofria de tonturas e crises de depressão há algum tempo”. Esta teoria apoiaria o seu alegado envolvimento nos assassinatos cometidos pelo temido 'Jack, o Estripador'.
Trippet também falou sobre a relação de Mills com seu pai, Jimmy, com quem o boxeador competiu nas mesmas categorias de peso no boxe.
"Naquela época, os membros da fraternidade do boxe eram como um círculo maçônico, muitas pessoas próximas a ele, incluindo meu pai, nunca falaram nada sobre o caso", disse Jimmy Trippet.