Ontem e hoje de Cafu: uma vida marcada pelo sucesso e por uma tragédia
Cafu foi um dos maiores laterais-direitos da história do futebol. Tanto no Brasil, onde nasceu, quanto na Itália, que o acolheu por anos, mostrou uma habilidade inquestionável no campo.
Embora durante sua carreira no futebol tenha, praticamente, vencido tudo, fora de campo Cafu passou por períodos muito difíceis, principalmente com relação a sua família.
Nascido em São Paulo, no dia 7 de junho de 1970, em uma família muito pobre, começou a jogar futebol ainda criança e, aos 7 anos, ingressou nas categorias de base do Nacional Atlético Clube.
Em 1986, transferiu-se para o Itaquaquecetuba, clube da Terceira Divisão do Campeonato Paulista, onde, graças às qualidades demonstradas em campo, ganhou o apelido de Cafu, uma referência a Cafuringa, o jogador preferido do seu pai.
Em 1988, começou a jogar nas categorias de base do São Paulo, até estrear no time titular, em 1990. Cafu conquistou os seguintes títulos nos anos seguintes: dois Campeonatos Paulistas (1991, 1992), um Campeonato Brasileiro (1991), duas Copas Libertadores (1992 e 1993), duas Copas Intercontinental (1992 e 1993), uma Recopa Sul-Americana (1993 e 1994) e uma Supercopa Libertadores (1993).
Depois dos grandes sucessos no Brasil, Cafu mudou-se para a Espanha, onde jogou alguns meses no Real Zaragoza, e ganhou, com o time, a Recopa Europeia, em 1995. Depois, voltou para casa e teve uma breve passagem pelo Juventude. Logo depois, jogou no Palmeiras.
No verão de 1997, a Roma comprou-o pelo equivalente, hoje, a 7 milhões de euros (cerca de 35 mil reais). Cafu demonstrou, imediatamente, suas qualidades em campo, principalmente na ponta-direita, e foi apelidado de "Il Pendolino" pelos torcedores dos Giallorossi.
Com a Roma, Cafu fez 218 partidas e 8 gols em 6 temporadas. Vale lembrar, sem dúvida, a temporada 2000/2001, quando, comandada por Fabio Capello, a equipe Capitolina conquistou seu histórico terceiro Scudetto.
Na temporada seguinte, Cafu também somou a Supercopa da Itália a seus troféus. No mesmo ano, a Roma decidiu não renovar seu contrato.
Cafu fechou, então, um acordo com o clube japonês Yokohama Marinos, mas as portas de outro grande time italiano se abriram para ele: o Milan.
Pelo clube rossonero foi vencedor de duas Supercopa Europeia (2003 e 2007), dois Campeonatos Italianos (2003–04), uma Supercopa da Itália (2004), uma Liga dos Campeões da UEFA (2006–07) e um Mundial de Clubes (2007).
Após 166 partidas e 4 gols, em 5 temporadas, Cafu vestiu, pela última vez, a camisa do Milan, em 18 de maio de 2008.
“Foram anos inesquecíveis, cheios de emoções indescritíveis para mim e minha família e de grande satisfação profissional”, disse o brasileiro, de acordo com o Goal.com.
Além dos clubes em que atuou, o lendário lateral também conseguiu vencer tudo pela Seleção Brasileira: duas Copas do Mundo (1994 e 2002), uma Copa das Confederações (1997) e 2 Copas América (1997 e 1999).
Segundo o goal.com, Cafu é "o recordista absoluto de jogos com a camisa do Brasil (142, ed.) e 5 gols. Em 2004, Pelé o incluiu no FIFA 100, a lista dos jogadores vivos mais fortes.
Já em 2012 e 2015, respectivamente, a Roma e o Milan o incluíram em seu Hall da Fama.
Na foto, Cafu joga com Luis Figo e outras estrelas do futebol no Zanetti and friends Match, em Milan, em 2015.
Entretanto, se na vida profissional Cafu teve seu merecido sucesso, uma tragédia abalou a pessoal. Em setembro de 2019, seu filho mais velho, Danilo, morreu de um ataque cardíaco, aos 30 anos.
Danilo jogava uma partida de futebol no jardim de sua casa em Barueri, região metropolitana de São Paulo, quando tudo aconteceu. Infelizmente, apesar da ser levado, rapidamente, ao hospital, nada pôde ser feito para salvar sua vida.
Nesse mesmo ano, Cafu teve que enfrentar outros infortúnios, desta vez, financeiros. Segundo a Folha de São Paulo, o ex-jogador tinha dívidas de milhões de dólares, contraídas para sua empresa Capi Penta International Player, criada em 2004.
“É um problema pessoal meu. Posso dar os meus bens, o meu carro, a minha casa, posso dar o que quero para saldar dívidas”, disse o jogador, segundo o Gazzetta dello Sport.
Cafu sempre será uma figura de grande importância internacional. A escolha da FIFA de nomeá-lo como um um dos embaixadores da Copa do Mundo de 2022, no Qatar, é uma prova disso.
Em maio de 2024, Cafu, ao lado de outros ex-jogadores e alguns artistas, participou, no Rio de Janeiro, de uma partida solidária, com o objetivo de arrecadar fundos para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.