Quando Portugal e Holanda disputaram o jogo mais violento da história das Copas do Mundo
Ao longo dos anos, a trajetória da seleção holandesa foi marcada por uma montanha-russa de desempenhos, às vezes com vitórias belíssimas e outras com derrotas inesquecíveis.
O confronto nas oitavas de final contra Portugal na Copa do Mundo de 2006 é um exemplo claro dessas oscilações, sendo um momento especialmente desafiador para os Países Baixos. Além de ser considerada a partida mais violenta da história das Copas do Mundo...
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O jogo contra os portugueses transformou-se numa verdadeira briga de rua. O árbitro levantou, nada menos, que vinte cartões. Relembre tudo, na galeria!
Tanto a Holanda quanto Portugal passaram, sem problemas, na fase de grupos. A Holanda terminou em segundo lugar no Grupo C, atrás da Argentina, com sete pontos, enquanto Cristiano Ronaldo e companhia completaram um percurso perfeito no Grupo D.
Ambos os países foram, com muita ambição, para a sua oitava de final, disputada em Nuremberga, no dia 25 de junho de 2006.
Apesar do laborioso trabalho dos treinadores Marco van Basten (Holanda) e Luiz Felipe Scolari (Portugal), os jogadores tiveram um protagonismo negativo, naquele fatídico dia.
Havia muita tensão antes da partida. Afinal, a Holanda queria vingar-se da EURO 2004, em que foi eliminada nas meias-finais por Portugal. Todos estavam dispostos a dar tudo de si.
O experiente Valentin Ivanov foi nomeado árbitro e não imaginaria que teria uma noite muito difícil.
O tom foi imediatamente definido. Mark van Bommel recebeu cartão amarelo aos dois minutos, abrindo asssim o festival de cartões.
Khalid Boulahrouz seguiu o exemplo de Van Bommel, cinco minutos depois, ao receber cartão amarelo por falta grave sobre Cristiano Ronaldo. A estrela portuguesa deixou o campo, após meia hora de jogo, lesionada e aos prantos.
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Pouco depois, o médio português Maniche também foi multado por falta sobre Van Bommel.
O mesmo Maniche abriu o marcador, ao driblar Van der Sar à queima-roupa com um remate certeiro: 1-0 para Portugal.
Depois, Costinha ganhou destaque. O meio-campista recebeu o primeiro cartão amarelo por uma forte entrada em Philip Cocu e, pouco antes do intervalo, cometeu uma bola de mão. Isso lhe deu um segundo cartão amarelo, que levou, claro, ao vermelho. Portugal teve de continuar com dez jogadores, na segunda parte do jogo.
A Holanda saiu do vestiário animada e foi em busca do empate. Mas Petit recebeu o primeiro cartão amarelo após o intervalo e, pouco depois, Cocu chutou na trave.
Os dois times jogaram cada vez menos futebol e a partida saiu dos trilhos completamente.
Giovanni van Bronckhorst e Luís Figo deram uma cabeçada em Van Bommel. Ambos entraram no livro de Milanov.
Depois Boulahrouz recuperou os holofotes: foi expulso aos 63 minutos, após, supostamente, dar um soco na cara de Figo. O incidente levou a mais um motim. A temperatura começou a subir ainda mais, como também notaria o árbitro Milanov.
O próximo jogador a ser multado foi Deco, por uma entrada feia em Johnny Heitinga. No motim, que se seguiu, Wesley Sneijder foi autuado por empurrar Petit. Van der Vaart sofreu o mesmo destino porque disse algo.
Pensávamos que a situação não poderia ficar pior, mas o diabo ainda estava no final da partida.
O guarda-redes (goleiro) Ricardo, por perda de tempo, e o lateral-esquerdo Nuno Valente, por falta forte pelas costas, receberam cartão amarelo. Aí foi quando Deco voltou a ser notado.
O meio-campista, claramente, jogou a bola fora, em cobrança de falta holandesa, e recebeu o segundo cartão amarelo, seguido do vermelho. Portugal, novamente, joga com menos um homem.
Entretanto, a Holanda procurava desesperadamente o empate. Dirk Kuyt esteve perto, mas não conseguiu passar por Ricardo.
Tal como Portugal, a Holanda terminou o jogo com nove jogadores, depois de Van Bronckhorst haver recebido o segundo cartão amarelo, por falta sobre Tiago.
Pouco depois, Milanov encerrou a partida. Portugal avançou para as quartas de final e a Holanda foi embora frustrada.
Milanov puxou um total de 16 cartões amarelos e 4 vermelhos, em uma partida repleta de incidentes e que logo seria batizada de 'Batalha de Nuremberga'.
Até hoje, esse ainda é um recorde em Copas do Mundo. Nunca um árbitro tirou tantos cartões como naquele jogo Portugal-Holanda.
Milanov receberia críticas após a partida, inclusive do presidente da FIFA, Joseph Blatter. Além disso, o russo foi proibido de arbitrar mais jogos da Copa do Mundo de 2006.
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