Atletas que morreram (ou quase morreram) em uma competição
Ser um atleta de elite envolve grandes sacrifícios. Muitas vezes, é preciso dar 100% de si ao esporte: treinos exigentes, pouco tempo livre e muita dedidação física e mental. Mas as consequências de tamanho esforço podem ser terríveis.
(Na foto, o jogador do Botafogo, Philipe Sampaio, que desmaiou, durante um jogo do Campeonato Carioca (Brasil), no dia 16 de fevereiro de 2023. Ele foi socorrido e recuperou-se.)
As lesões são o risco mais comum entre os atletas. Nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, foram entrevistados 30 profissionais brasileiros, que relacionaram as lesões com o comportamento do próprio atleta, como, por exemplo, excesso de treinamento, técnica esportiva incorreta ou alimentação inadequada.
Outro estudo, publicado na revista especializada Sports Medicine Open, afirma que também existem fatores de risco para a saúde mental dos atletas. Os mais comuns são as próprias lesões, um pior desempenho, overtraining e sentimento de solidão, sobretudo nos esportes individuais.
Mas mesmo para o atleta responsável, existem riscos clinicamente indetectáveis. Ainda hoje, a medicina esportiva é incapaz de prever os fatores de risco cardiovascular para quem pratica exercícios de alta intensidade, segundo um estudo do British Journal of Sports Medicine.
Em 2023, o caso de Damar Hamlin impactou o mundo. O jogador de futebol americano da NFL sofreu uma parada cardíaca durante um jogo. Aos 24 anos, ele perdeu a consciência após fazer uma excelente defesa. Felizmente, um médico da equipe conseguiu salvar sua vida, ainda em campo.
Em 1960, o jogador do New York Titans, Howard Glenn, morreu após um jogo da National Football League. Depois de pedir para sair de campo, o jogador sofreu convulsões, devido a uma fratura no pescoço. Seus treinadores não conseguiram determinar se a lesão ocorreu naquele dia ou durante o jogo anterior.
Em outubro de 1971, aos 28 anos, o jogador desmaiou no vestiário do time. Chuck Hughes foi um dos principais atacantes do Detroit Lions, da NFL. De acordo com o The Philadelphia Inquirer, um coágulo sanguíneo obstruiu uma de suas artérias, causando sua morte.
Pronger sofreu um terrível acidente, durante os playoffs da Copa Stanley, em 1998. Um disco de hóquei atingiu seu p e i t o e o deixou inconsciente por cerca de 20 segundos. Felizmente, o jogador do St. Louis Blues foi socorrido ainda na pista de gelo e, após 4 dias, ficou totalmente recuperado.
O árbitro da Major League Baseball, John McSherry, sofreu um fulminante ataque cardíaco durante a abertura do campeonato, em Cincinnati. Momentos depois de dar as instruções iniciais ao árbitro da segunda base, McSherry, que tinha 51 anos, tropeçou e desabou na grama. Apesar dos esforços para reanimá-lo, nada pôde ser feito.
Ray Chapman jogou como shortstop no Cleveland Indians, de 1912 a 1920. Em uma partida contra o New York Yankees, ele foi atingido na cabeça por um arremesso de Carl May. Em seguida, o árbitro interrompeu o jogo ao perceber que Chapman tinha sangue no ouvido. O jogador morreu horas depois, devido aos danos cerebrais causados pelo golpe. Os Indians venceram a World Series daquele ano e dedicaram a vitória a Champman.
Em 2022, enquanto jogava contra o Giants, o jogador do San Diego Padres, Jurickson Profar, desmaiou após uma terrível colisão com um companheiro de equipe. Ele foi levado às pressas para o hospital, onde foi diagnosticado com concussão cerebral. Felizmente, a lesão que afetou o funcionamento normal do cérebro foi temporária e ele pôde recuperar-se totalmente.
A morte do jogador de basquete universitário, Hank Gathers, foi dramática. Ele teve uma parada respiratória durante um jogo da semifinal, contra o Portland Pilots, e desmaiou. Infelizmente, as tentativas de reanimá-lo foram em vão.
O jogador de futebol dinamarquês desmaiou durante uma partida da Euro 2020, contra a Finlândia, enquanto esperava uma reposição. Um de seus treinadores realizou uma reanimação cardiopulmonar, salvando sua vida, diante de um estádio lotado.
Puerta não teve a mesma sorte de Eriksen. O zagueiro do Sevilla, time da Liga Espanhola de Futebol, morreu em campo, em 2007. Seu time vivia um de seus melhores anos quando o jogador desmaiou durante um jogo contra o Getafe, entrou em coma e morreu.
Durante uma partida no Miami Open 2021, o esforço do tenista Jack Draper foi tanto, que ele desmaiou em quadra. Apesar disso, o jovem de 19 anos decidiu continuar o jogo, depois de verificar sua frequência cardíaca.
A nadadora estadunidense, Anita Alvarez, desmaiou debaixo d'água, enquanto realizava uma prova, no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos da FINA, em Budapeste, Hungria. Sua treinadora, a espanhola Andrea Fuentes, pulou na água para resgatá-la, salvando sua vida.
O debate sobre o esforço físico e mental dos atletas é cada vez mais comum. O Comitê Olímpico Internacional (COI) lançou um novo projeto de pesquisa em 2022, com o objetivo de proteger a saúde física e mental dos atletas, e espera reduzir eventos trágicos como os citados na galeria.