Criado pelos tios, assim foi a vida de Carlos Tévez antes de triunfar no futebol

Uma vida de sucesso e tragédia
Foi criado em um bairro problemático
Seu pai morreu antes de ele nascer
Sua mãe o abandonou e ele foi acolhido por seus tios
Dentro de uma família humilde e trabalhadora
O homem que o guiou para longe do crime
O exemplo do irmão e as consequências dos excessos
A importância da sua família adotiva em sua vida
Acidente terrível com uma xícara de água fervente
Cicatrizes para o resto da vida
Mais tragédias
Tentativa de assalto
Ele pagou por sua defesa, apesar do pouco relacionamento deles
A traição de seu irmão
O sequestro de seu pai adotivo
Tévez estava na Itália
A morte de Segundo Tévez aos 58 anos
Trágico adeus ao seu melhor amigo de infância
Do futebol ao crime e ao suicídio
'Foi um golpe duro para mim'
Uma vida de sucesso apesar das adversidades
Uma vida de sucesso e tragédia

Carlos Tévez é um dos maiores artilheiros argentinos do século XXI, desde que começou sua carreira profissional em 2001 como jogador do Boca Juniors até sua despedida em 2021. Uma vida de sucessos que o levou a triunfar também na Europa, mas que foi marcada, desde sua infância, por várias tragédias pessoais.

Foi criado em um bairro problemático

O ex-jogador do Corinthians, West Ham, Manchester United, Manchester City, Juventus e Shanghái Shenhua, além do Boca Juniors, nasceu em 5 de fevereiro de 1984 no problemático Bairro Exército dos Andes, popularmente conhecido como Fuerte Apache, na cidade bonaerense de Ciudadela.

Seu pai morreu antes de ele nascer

A situação familiar de seus pais já marcou sua vida, mesmo antes de nascer. Isso porque seu pai biológico, Juan Cabral, morreu em um tiroteio entre g a n g u e s de Fuerte Apache, enquanto sua mãe, Fabiana Martínez, estava grávida de 7 meses.

Sua mãe o abandonou e ele foi acolhido por seus tios

Quando ele tinha apenas 6 meses, sua mãe o deixou a cargo de seus tios, Adriana Martínez (irmã da mãe) e Segundo Tévez.

Dentro de uma família humilde e trabalhadora

Sua família adotiva era composta por pessoas humildes e trabalhadoras. Seu tio, Segundo, que o adotou e acabou lhe dando seu sobrenome, trabalhava com construção civil.

O homem que o guiou para longe do crime

Como o próprio Tévez comentou no documentário ‘Apache’ (2019) da Netflix, seu tio sempre foi um homem de valores muito claros que lhe ensinou a importância de estudar e trabalhar para não cair no mundo da criminalidade, algo que ele aprendeu na prática.

O exemplo do irmão e as consequências dos excessos

"Ele me levava para trabalhar na obra durante os verões. E quando voltávamos por volta das 7 da tarde e eu via seu irmão caído, sob o efeito de substâncias ilegais, ele me pegava pela mão, me fazia olhar e dizia: 'Se você não trabalhar, se não estudar, se não jogar futebol, vai ser igual a ele'. Era o irmão dele. E ele me dava esse exemplo, mostrando que com esforço eu conseguiria alcançar coisas", disse Tévez em uma entrevista à TyC Sports.

A importância da sua família adotiva em sua vida

“Muitas vezes penso no que teria sido da minha vida sem eles. Por isso destaco o quanto foram importantes para mim e me emociono quando os menciono. Se não fosse por eles e pelo futebol, certamente teria acabado na criminalidade,” acrescentou o ex-jogador argentino.

Acidente terrível com uma xícara de água fervente

Com eles, no entanto, ele também viveu um dos momentos mais terríveis de sua vida: quando, por um descuido, se queimou no pescoço, parte do rosto e do peito ao cair sobre a água fervente de uma xícara com apenas 10 meses de vida. Essas queimaduras lhe deixaram cicatrizes características que ele sempre exibiu com orgulho: "Quando me olho no espelho, elas me lembram de onde eu vim e quem eu sou," disse ele à ESPN.

Cicatrizes para o resto da vida

Aquele acidente lhe causou queimaduras de terceiro grau, que pioraram quando seus tios envolveram as feridas com mantas de náilon para protegê-lo do frio e da chuva, que ficaram aderidas a elas. Durante a operação, conseguiram remover todo o material e tratar as feridas, mas as cicatrizes resultantes permaneceram para o resto de sua vida.

Mais tragédias

O resto das suas tragédias pessoais viria na época adulta, enquanto ele já se destacava no futebol europeu. A primeira delas ocorreu durante o período em que o ‘Apache’ jogava no Manchester United, envolvendo um de seus irmãos de sangue, Juan Alberto Martínez, e seu cunhado, Carlos Ávalos Verón.

Tentativa de assalto

Ambos foram detidos em junho de 2008, em Mendiolaza e em Fuerte Apache, respectivamente, sendo que no caso de Ávalos Verón houve uma tomada de reféns — após tentarem assaltar um caminhão blindado próximo a um posto de combustíveis da Petrobras na cidade de Córdoba. Eles foram finalmente condenados a 16 anos de prisão.

Ele pagou por sua defesa, apesar do pouco relacionamento deles

Com seus irmãos de sangue, Tévez não tinha praticamente relação nenhuma, embora enviasse dinheiro a eles todo mês, conforme publicado pelo jornal El Mundo em 2010. No entanto, não hesitou em ajudar Juan Alberto, arcando com os custos de sua defesa no tribunal.

A traição de seu irmão

Apesar de ter lhe prestado ajuda, durante o julgamento, Juan Alberto Martínez tentou implicar Carlos Tévez na operação criminosa em que esteve envolvido, alegando que ele havia participado das conversas interceptadas pela polícia e que foi quem alugou a casa usada como esconderijo, onde se refugiaram após o assalto.

O sequestro de seu pai adotivo

Finalmente, os culpados foram condenados, e isso quebrou definitivamente o pouco contato que já havia entre os dois irmãos. Foi um momento difícil na vida do jogador, que ficou ainda mais complicado com o que aconteceu em julho de 2014, quando seu pai adotivo, Segundo, foi sequestrado devido ao já conhecido sucesso de Carlos Tévez, que na época era jogador da Juventus de Turim.

Tévez estava na Itália

Os sequestradores eram membros de uma gangue de criminosos de Fuerte Apache, que acabaram liberando Segundo Tévez após negociar o resgate diretamente com o jogador por telefone, uma vez que ele estava na Itália, em meio à pré-temporada com a equipe bianconeri.

A morte de Segundo Tévez aos 58 anos

Aquele terrível capítulo de sua vida teve um final feliz, mas não foi o caso em fevereiro de 2021, quando, após contrair Covid e passar por uma operação no pescoço no ano anterior, Segundo — que também sofria de diabetes e obesidade — passou 45 dias em coma. Ele se recuperou, mas voltou ao hospital poucos dias depois e morreu com apenas 58 anos.

Trágico adeus ao seu melhor amigo de infância

Esse acontecimento foi crucial para que Carlos Tévez se aposentasse definitivamente, pouco depois de deixar o Boca Juniors no verão de 2021. Esse triste adeus se somou a outro que o ex-jogador argentino sentiu de maneira muito especial: o de seu grande amigo de infância, Darío Coronel.

Do futebol ao crime e ao suicídio

Isso aconteceu 10 anos antes da morte de Segundo Tévez, em 2001, nos primeiros tempos do ‘Apache’ no Boca Juniors. Naquela época, após ter passado pelas categorias de base do Vélez Sársfield com um futuro muito promissor, seu amigo trocou o futebol pelo mundo do crime e acabou tirando a própria vida quando se viu encurralado pela polícia.

'Foi um golpe duro para mim'

Isso marcou profundamente Tévez: "Estávamos juntos o dia todo. Íamos ao clube, ao campinho do bairro, à escola, a todos os lugares... Foi um golpe muito duro para mim. Da última vez que o vi, tive a sensação de que era nossa despedida," contou Tévez em uma entrevista com a apresentadora argentina Susana Giménez em seu programa ‘Hola, Susana’ na ATC.

Uma vida de sucesso apesar das adversidades

A vida de Carlos Tévez tem sido marcada por sucessos e tragédias, desde um mundo humilde e pobre até alcançar uma vida confortável no topo. Essas importantes situações ajudaram o jogador a continuar crescendo e a trilhar o caminho certo, mantendo-se afastado do mundo do crime.

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