A guerra aberta de Milei contra Riquelme, presidente do Boca Juniors
Sócio número 76.296 do Boca Juniors, Javier Milei diz, hoje, não ser mais um torcedor xeneize. O líder argentino mantém uma guerra aberta com Juan Román Riquelme, desde que este foi eleito presidente do clube, em dezembro de 2023.
Um dos últimos capítulos desta situação aconteceu recentemente, no 47º aniversário da Fundação Mediterránea. Lá, Milei não hesitou em criticar, publicamente, a gestão da ex-estrela do futebol, à frente da equipe de La Ribera.
Os xeneizes não vivem o seu melhor momento. Estão mais perto do último lugar da classificação do que das posições que dão acesso à disputa da Copa Libertadores de 2025. Milei culpou o o trabalho de Riquelme por isso.
A contratação de Fernando Gago como treinador, oficializada em 14 de outubro de 2024, só distanciou ainda mais Milei do Boca Juniors.
A falta de apreço que Milei tem pelo ex-meio-campista argentino não é novidade, remonta à época em que Gago era jogador.
Em seu discurso, Milei lembrou que seu momento de maior paixão pelo clube Xeneize foi em 2003, quando o time se sagrou campeão da Copa Intercontinental com o Milan. “Essa foi a minha época no Boca, um momento que todos os torcedores carregam no coração”, disse o presidente argentino, conforme publicado pela Olé.
“Deixei de ser do Boca quando um certo personagem [Riquelme] voltou e apareceu um cinco [Gago] com menos marca que La Salada", disse o presidente argentino.
“Quando jogaram a final em Madri [da Copa Libertadores 2018], eu estava na casa da minha irmã, que ainda é do Boca, e quando o Gago entrou eu disse a ela: 'A partir de agora vou começar a torcer pelo River'".
Entretanto, reconheceu no Urbana Play em 2021, publicado pela TyC Sports: “Gritei o segundo gol, que é da responsabilidade absoluta do Gago”.
Nas eleições para presidente do Boca Juniors, Milei foi votar encapuzado e protegido pela segurança presidencial. Depois, teve que sair rapidamente em meio às vaias de um grande grupo de membros do clube.
Milei mostrou, desde o início, seu apoio a Andrés Ibarra para presidir o clube, por "lealdade a Mauricio Macri" (que o apoiou nas eleições presidenciais argentinas) e por "gratidão" ao seu ídolo Martín Palermo, que almejava se tornar o diretor técnico se a candidatura for bem-sucedida.
Por fim, Juan Román Riquelme recebeu 30.318 votos ante os 15.949 que Ibarra obteve, algo que o próprio líder argentino já previa, com desdém.
“Eu sabia qual seria o resultado, mas mesmo assim fui por uma batalha cultural. (…) Não só fui sabendo que Riquelme iria vencer, mas também sabia que ele iria me mandar para o i n f e r n o", explicou ao jornalista Jonathan Viale, da Rádio Rivadavia.
E insistiu na figura de Palermo, que disse “representar os valores do esforço e da dedicação”, algo que, na sua opinião, Juan Román Riquelme e o resto da sua equipe de gestão não fazem, tendo em vista o desempenho do time.
Milei também aproveitou a derrota no Superclásico para o River Plate para atacar Riquelme, através de sua conta na rede social. “Não existe almoço grátis. Na economia, como na própria vida, você pode fazer o que quiser, menos evitar pagar os custos”, escreveu.
O presidente argentino insiste que poderá voltar a ser xeneize com uma mudança de cenário na diretoria do Boca que, hoje, parece difícil de ocorrer.