A fascinante trajetória de Ítalo Ferreira, campeão olímpico do surfe
Italo Ferreira faz parte da recente geração de surfistas brasileiros que dominaram os últimos campeonatos da Liga Mundial de Surfe (WSL, sigla em inglês).
Ítalo teve a honra de ser o primeiro campeão olímpico da história do surfe, ao derrotar o japonês Kanoa Igarashi, nas Olimpíadas de 2020, em Tóquio.
Em 2019, o brasileiro havia vencido o Circuito Mundial de Surfe da WSL. A grande final foi em Pipeline, no Havaí, contra o também brasileiro Gabriel Medina, numa das disputas mais acirradas da história da WSL.
"É o meu sonho! Eu dediquei toda a minha vida para chegar a este momento. Meu tio e a minha avó morreram recentemente e eu a dedico a eles. Eu não posso acreditar!", disse o campeão brasileiro.
Foi a primeira vez que dois brasileiros disputaram a final em Pipeline valendo o título mundial. Além disso, o Campeonato era por contos corridos e somente os dois tinham chances de vencer o título no último dia do Pipe Masters. Tudo isso aumentou o interesse e a expectativa do público, que assistiu as manobras brasileiras até o último segundo.
Depois dessa disputa eletrizante, a WSL decidiu mudar as regras do Campeonato, cuja fase final passou a ser chamada de WSL Finals. Neste dia, os 5 primeiros colocados se enfrentam, em fases eliminatórias, até consagrar o grande campeão. Isto para aumentar o engajamento do público, gerando mais patrocínio.
Na história da Liga Mundial, apenas sete países consagraram-se campeões do surfe masculino: África do Sul, Austrália, Brasil, Estados Unidos, Havaí, Peru e Reino Unido. Na foto, Adriano de Souza, um dos campeões brasileiros da WSL.
Os australianos são os maiores vencedores, com 20 títulos no total. Mas, nos últimos anos, o Brasil têm dominado a competição e Ítalo Ferreira faz parte desta geração campeã.
Em 2014, Gabriel Medina ganhou seu primeiro título na maior competição de surfe do mundo. A partir daí, outros surfistas brasileiros subiram ao topo do esporte, deixando os outros países com poucas chances de ouro.
De 2014 a 2023, o Brasil venceu nada menos que 7 de 9 Campeonatos da WSL. Lembrando que, em 2020, a competição foi cancelada, devido a pandemia de covid-19.
Destes, Ítalo Ferreira ganhou um título (2019), Gabriel Medina três (2014, 2018, 2021), Adriano de Souza foi ouro em uma ocasião (2015) e Filipe Toledo (foto) é o grande campeão da vez, vencendo as duas últimas edições da WSL, em 2022 e 2023.
O sucesso dos surfistas brasileiro é tanto que eles ganharam uma expressão especial, Brazilian Storm, fazendo referência ao seu destaque internacional no esporte.
Ítalo Ferreira é patrocinado pela marca Red Bull e foi o primeiro surfista a estampar as latinhas do energético mais cobiçado do mercado, com uma edição limitada. A honraria já foi feita com Neymar e Max Verstappen.
Ítalo Ferreira nasceu em uma pequena cidade chamada Baía Formosa, no Rio Grande do Norte (Brasil), em 6 de maio de 1994. Ainda muito jovem, apaixonou-se pelo esporte e pegava onda com pranchas emprestadas dos primos.
Adolescente, Ítalo venceu duas etapas do Mundial Júnior, em 2011, e foi vice-campeão da categoria. Já em 2014, ganhou o Campeonato Brasileiro, classificando-se para integrar o WCT (World Championship Tour), a elite do circuito.
Em 2019, meses antes de levar o troféu da WSL para casa, venceu o primeiro evento do ano, na Gold Coast australiana e foi o grande destaque da abertura do Red Bull Airborne, um famoso campeonatos de aéreos.
Depois de conseguir alcançar sucesso na carreira, o surfista decidiu investir parte do seu dinheiro em projetos sociais. O Instituto Ítalo Ferreira é uma entidade sem fins lucrativos, na sua terra natal, tendo como objetivo principal o esporte, a educação e a sustentabilidade.