Os Estados Unidos estão prontos para apoiar a entrada da Ucrânia na OTAN?
A possibilidade de adesão da Ucrânia à OTAN é uma das questões mais controversas da atualidade, tendo em vista as ameaças da Rússia ao Ocidente, caso isso aconteça.
Entretanto, segundo uma reportagem do jornal francês Le Monde, os Estados Unidos podem estar mais receptivos à ideia de formalizar essa união.
O Le Monde revelou que autoridades americanas "não se opõem a fazer um convite para a adesão da Ucrânia à OTAN", mas que um avanço nesse sentido dependerá do resultado das eleições presidenciais de novembro.
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"Se Kamala Harris for eleita, é provável que Biden avance nessa direção durante o período de transição. Com Trump, esse raciocínio já não se aplica, e qualquer iniciativa de Biden pode piorar a situação", afirmou a autoridade não identificada.
A entrada da Ucrânia na OTAN é algo que os próprios ucranianos declararam publicamente como condição essencial para negociar a paz com a Rússia, embora seja uma exigência que Moscou provavelmente não estará disposta a aceitar.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apresentou recentemente o novo Plano de Vitória do país, um conjunto de condições que a Ucrânia considera essenciais para encerrar a guerra.
No topo da lista está a adesão à OTAN que, de acordo com o Gabinete do Presidente, seria “fundamental para obter a paz e servir como um sinal ao ditador russo de que seus cálculos geopolíticos falharam”.
Zelensky detalhou como os formuladores de políticas e analistas de guerra refletiram sobre essa questão em uma recente entrevista.
O presidente ucraniano explicou que, em conversa com Donald Trump, em setembro, destacou a necessidade de adesão à OTAN para garantir a integridade das fronteiras do país.
Zelensky explicou que, anteriormente, a Ucrânia abriu mão de suas armas nucleares como parte do Memorando de Budapeste, no qual o Reino Unido e os Estados Unidos se comprometeram a garantir a segurança das fronteiras ucranianas de 1991.
"Conversei com Trump sobre a OTAN devido aos diferentes sinais da mídia sobre isso. Citei o caso do Memorando de Budapeste, que considero um exemplo claro", disse Zelensky, conforme relatado pelo veículo ucraniano RBC-Ucrânia.
O presidente ucraniano ressaltou que a Ucrânia renunciou às armas nucleares e, agora, enfrenta uma guerra porque os garantidores de segurança de 1991 não apoiaram Kiev na defesa de suas fronteiras.
“Na conversa com Donald Trump, eu disse a ele: ou a Ucrânia tem armas nucleares, que seriam para nossa proteção, ou devemos ter algum tipo de aliança”, explicou Zelensky.
E continuou: “Hoje, fora da OTAN, não vemos nenhuma aliança efetiva. Os países da OTAN não estão em guerra; seu povo está seguro, graças a Deus. Escolhemos a OTAN, não armas nucleares.”
Embora a Ucrânia deseje ingressar na OTAN, Vladimir Putin deixou claro que a entrada da Ucrânia na aliança é inegociável para um possível fim da guerra.
Em junho de 2024, Putin declarou que a Rússia só aceitaria um cessar-fogo e iniciaria negociações de paz se a Ucrânia cumprisse quatro condições, incluindo a “renúncia oficial” aos planos de ingressar na OTAN, segundo Le Monde.
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