Fugas em massa, prisões e protestos na Rússia, após anúncio de Putin

Primeiro esboço de mobilização na Rússia desde a Segunda Guerra Mundial
Pesquisas no google sobre como sair da Rússia
Palavras mais buscadas
Passagens de avião esgotadas
Questão de minutos
Aumento no tráfico aéreo
Voos cancelados
Voos cheios para Belgrado
Preços disparam
1.000% de aumento
Voos de quase 9000 dólares
Opções de viagem limitadas da Rússia
As fronteiras russas vão fechar?
As fronteiras da Finlândia estão abertas
Finlândia poderia limitar entrada de russos
15 anos de prisão por desertar
Há uma saída?
Protestos em 38 cidades russas
Mais de 1.300 presos por protestar
Presos recrutados para as Forças Armadas
Alguns querem fazer seu dever patriótico
Primeiro esboço de mobilização na Rússia desde a Segunda Guerra Mundial

Após Vladimir Putin anunciar, no dia em 21 de setembro, que 300 mil reservistas seriam chamados para lutar na Ucrânia, a população do país assustou-se. Afinal, é o primeiro projeto de mobilização russa deste tipo, desde a Segunda Guerra Mundial.

Pesquisas no google sobre como sair da Rússia

Os recentes resultados do Google Trends, uma ferramenta de medição de buscas na internet, deixaram claro que milhões de cidadãos russos pensam ou querem fugir do país o mais rápido possível.

Palavras mais buscadas

Termos de pesquisa como "passagens", "avião",  "como sair da Rússia", "mudança para o Cazaquistão", "como quebrar um braço" e "como desertar" aumentaram, na última quarta-feira (22).

Passagens de avião esgotadas

Enquanto isso, o site Aviasales, um dos mais conhecidos na Rússia, anunciou que os voos para países ex-soviéticos próximos, como Geórgia, Uzbequistão, Azerbaijão, Cazaquistão e Armênia, estavam esgotados.

Questão de minutos

De acordo com The Moscow Times, os voos para Tbilisi (Geórgia), Istambul (Turquia) e Erevã (Armênia) foram vendidos em questão de minutos, após o discurso de Putin.

Aumento no tráfico aéreo

Imagens proporcionadas pela flightradar24 mostram como o tráfico aéreo dos aeroportos de Moscou e São Petersburgo aumentou consideravelmente. Segundo o jornal El Mundo, os principais destinos eram Istambul (Turquia) e Erevã (Armênia).

Voos cancelados

O site da Turkish Airlines afirma que todos os voos de e para Minsk, na Belarus, Sochi, Rostov, Yekaterinburg e Moscou, na Rússia, foram cancelados até 31 de outubro.

Voos cheios para Belgrado

E quem quiser viajar para Belgrado, na Sérvia, também terá que esperar até outubro, pois não há voos disponíveis, no momento, conforme comunicado da Air Serbia.

Preços disparam

A alta demanda fez com que os preços das passagens disparassem exageradamente, segundo meios de comunicação como a CNBC.

1.000% de aumento

O jornal espanhol El País coletou exemplos da subida de valores. Voar de Moscou para a região sul de Vladikavkaz passou de US$ 70 para US$ 750.

Voos de quase 9000 dólares

O custo dos voos com a Siberian Airlines de Moscou a Yerevan aumentou até quatro vezes a taxa média: US$ 2.954,05. Ainda mais surpreendente é o preço da viagem de Moscou a Belgrado, com saída em 25 de setembro: $ 8.862,15!

Foto: Web Aviasales

Opções de viagem limitadas da Rússia

Além disso, voos fechados entre a Rússia e os países da União Europeia complicam ainda mais os planos de fuga de milhões de russos. Isto se Putin não fechar as fronteiras primeiro.

As fronteiras russas vão fechar?

Questionado em entrevista coletiva, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, não quis confirmar (ou negar) se há planos para fechar as fronteiras. Independentemente disso, os reservistas convocados para o front estão proibidos de deixar o país.

As fronteiras da Finlândia estão abertas

Por outro lado, alguns países, como Polônia e Letônia, fecharam suas fronteiras aos russos como punição pelo ataque à Ucrânia. A Finlândia, no momento, não é um deles.

Finlândia poderia limitar entrada de russos

No entanto, as fronteiras da Finlândia podem não estar abertas aos russos por muito mais tempo. O ministro das Relações Exteriores, Pekka Haavisto, disse que o país procura "uma solução nacional para limitar ou impedir completamente o turismo da Rússia, após a invasão da Ucrânia", conforme relatado pelo The Daily Sabah.

"Prefiro sair do que lutar nesta guerra"

Alguns cidadãos russos foram corajosos o suficiente para falar com a mídia ocidental sobre a convocação de Putin. Um homem chamado Alexander, de 33 anos, disse ao The Guardian: "Prefiro sair do que lutar nesta guerra. Se eles me ligarem, eu gostaria de deixar [o país]".

15 anos de prisão por desertar

No entanto, a Rússia aprovou, recentemente, uma nova lei estrita que criminaliza a deserção com 15 anos de prisão, de acordo com a CNN.

Há uma saída?

Alexander é realista sobre o que aconteceria se ele fosse convocado: teria que ir. No entanto, indicou ao The Guardian que espera encontrar uma saída.

"Esta é a coisa que todos temiam"

Uma mãe, preocupada que seu filho possa ser convocado para lutar na Ucrânia, disse ao The Guardian: "Esta é a coisa que todos temiam quando a guerra começou".

Protestos em 38 cidades russas

Enquanto isso, há registros de protestos contra a guerra em 38 cidades da Rússia, no dia 21 de setembro. O fato é que são praticamente ineficazes, devido a sua ilegalidade.

Mais de 1.300 presos por protestar

A CNN informou que mais de 1.300 pessoas foram presas no país, na última quarta-feira (21), por sairem às ruas para mostrar sua indignação.

"Eu não quero morrer por Putin!"

O The Guardian reproduziu o que um homem  gritou, enquanto a polícia o levava embora: "Eu não quero morrer por Putin e por você!"

"Não à guerra! Não à mobilização!"

A CNN também informou que vídeos, nas redes sociais, de protestos no leste da Sibéria mostraram pessoas com cartazes que diziam: "Não à guerra! Não à mobilização!" e "Nossos maridos, pais e irmãos não querem matar outros maridos e pais!"

"Não leve o nosso povo!"

Outro manifestante nos vídeos disse: "Queremos que nossos pais, maridos e irmãos permaneçam vivos... e não deixem seus filhos órfãos. Parem com a guerra e não levem nosso povo!"

Presos recrutados para as Forças Armadas

Para piorar a situação, a porta-voz do grupo de monitoramento independente OVD-Info, Maria Kuznetsova, disse à CNN, por telefone, que muitos manifestantes presos estão sendo convocados diretamente para as forças armadas da Rússia.

Alguns querem fazer seu dever patriótico

No entanto, nem todos são contra a mobilização ou temem ser convocados. Um homem disse ao The Guardian que acreditava ser "seu dever patriótico ir para o exército". E completou: "Quero estar com meu país".

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