Após contrair covid-19, risco de ataque cardíaco ou AVC aumenta, diz estudo
Quatro anos após o auge da pandemia da covid-19, continuam a surgir notícias sobre suas alarmantes consequências.
Um estudo recente, publicado na revista médica Atherosclerosis, Thrombosis and Vascular Biology, sugere que pessoas que foram infectadas pelo vírus da covid-19 têm um risco significativo de sofrer de ataques cardíacos e derrames.
A pesquisa foi feita a partir da análise dos registros médicos de cerca de 250 mil pessoas infectadas com covid-19, uma base de dados do UK Biobank.
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O estudo revelou que pessoas que contraíram a covid-19 em 2020, ano de maior incidência da doença e antes da chegada das vacinas, tiveram um aumento de 50% nas chances de sofrer eventos graves, como ataques cardíacos ou derrames.
Além disso, estas consequências negativas para os pacientes afetados pelo vírus podem durar até três anos após a infecção.
O risco triplicou para aqueles que, na época, precisaram de hospitalização, comparável aos efeitos de outras doenças, como diabetes ou doença arterial periférica (DAP).
Na análise realizada, foi feita uma comparação entre as pessoas que testaram positivo para a Covid-19 em exames laboratoriais e aqueles que não tinham contraído o vírus ao longo do ano de 2020.
Assim, foram identificadas mais de 11 mil pessoas do primeiro grupo, das quais cerca de 3 mil precisaram de cuidados hospitalares, e aproximadamente 222 mil do segundo.
Em declaração à CNN, o Dr. Stanley Hazen, autor do estudo e diretor do departamento de Ciências Cardiovasculares e Metabólicas da Clínica Cleveland, afirmou que "uma das descobertas mais interessantes e surpreendentes é que não há sinais de redução desse risco".
A Dra. Patricia Best, cardiologista da Clínica Mayo em Rochester (Minnesota), também mostrou-se surpresa com a descoberta, por se tratar de algo exclusivo da Covid-19, que não ocorre com outras doenças semelhantes, como a gripe, relatou a CNN.
“Sabemos que infecções aumentam o risco de ataque cardíaco, seja bacteriana ou viral. No entanto, esse risco geralmente desaparece rapidamente após a infecção”, observou a cardiologista.
A persistência dos efeitos negativos da infecção ao longo do tempo tornou-se um mistério para os pesquisadores, que buscam entender por que isso ocorre.
"A Covid-19 pode causar danos duradouros nas paredes das artérias e no sistema vascular, que continuam a se manifestar ao longo do tempo", comentou outro autor do estudo, Dr. Hooman Allayee, professor de bioquímica e genética molecular na Keck School of Medicine da University of Southern California, à CNN.
O estudo descartou que pessoas com predisposição genética para infarto fiquem mais vulneráveis depois de contrair o vírus da Covid-19. No entanto, identificou-se uma relação direta entre o tipo sanguíneo e o risco de infecção pelo vírus e de complicações futuras.
Segundo Hazen declarou à CNN, pessoas com tipos sanguíneos A, B ou AB apresentam maior risco de sofrer doenças cardiovasculares. Por outro lado, têm menos chances de contrair o vírus. Essa relação influencia os efeitos a longo prazo, embora os pesquisadores ainda não compreendam exatamente como.
Com essas novas informações sobre a Covid-19, o estudo destaca a importância de os médicos considerarem o histórico do vírus em seus pacientes, que devem manter cuidados com a saúde cardiovascular para reduzir possíveis riscos.
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