O sol artificial que a China pretende acender

Sol artificial: o sonho de uma fonte de energia ilimitada
EAST: Experimental Advanced Superconducting Tokamak
70 milhões de graus de temperatura
Fusão nuclear para criar energia limpa
Investimento milionário
Energia sem recorrer a combustíveis
Não apenas chinês
Há perigo?
Objeções científicas ao sol artificial
Gasta mais energia do que gera
Como converter essa energia em eletricidade?
A China confia em seu sol
Quando estará pronto?
Reino Unido adere
Investidores são a favor
Um sol feito pelo homem
Sol artificial: o sonho de uma fonte de energia ilimitada

Se o ser humano conseguir "criar" um sol artificial, reproduzir o mecanismo pelo qual uma estrela é fogo perpétuo, um caminho fascinante seria aberto para alcançar uma fonte inesgotável de energia, sem limites. Este projeto vem sendo desenvolvido pela China, há anos (na imagem, quando tudo começou) e, após vários testes, provou-se que funciona.

EAST: Experimental Advanced Superconducting Tokamak

O nome do "sol artificial" chinês é Experimental Advanced Superconducting Tokamak (EAST) e consiste em um reator nuclear capaz de atingir (e exceder) a temperatura do sol. Em abril de 2023, conseguiu operar por 403 segundos, após mais de 120 mil tentativas, de acordo com a agência de notícias chinesa CGTN. Diferente de outras vezes, o teste foi executado em modo de alto confinamento, ou seja, quando a temperatura e a densidade das partículas aumentam consideravelmente. Isso significa "um passo importante para alcançar uma maior eficiência operacional das usinas de fusão no futuro", segundo a Época Negócios.

70 milhões de graus de temperatura

Conforme publicado pela agência de notícias Xinhua, o "sol artificial" do EAST já conseguiu atingir 70 milhões de graus Celsius por 17 minutos, em um teste. O que significa multiplicar por cinco a temperatura do sol.

Imagem: Unsplash/NASA

Fusão nuclear para criar energia limpa

O sol artificial funciona passando da fissão nuclear (o método agora usado nas atuais usinas nucleares) para a fusão nuclear. Esta ocorre quando vários núcleos atômicos de carga semelhante se unem e formam um núcleo mais pesado. Simultaneamente, uma enorme quantidade de energia é liberada ou absorvida.

Investimento milionário

Diferentes meios de comunicação internacionais asseguram que a China investiu cerca de 1 bilhão de dólares (em escala americana) neste sol artificial.

Energia sem recorrer a combustíveis

Reproduzir a mecânica interna do sol significaria obter uma fonte inesgotável de energia limpa: funcionaria permanentemente sem nenhum tipo de combustível. E, segundo os cientistas que apostam nessa alternativa, ela não gera resíduos.

Não apenas chinês

Na verdade, não é só a China que tem esse projeto em andamento (embora esteja bem adiantado). A Coreia do Sul tem trabalhado no mesmo sentido. Na Europa, diferentes países têm colaborado no desenvolvimento do ITER.

Há perigo?

Os defensores deste projeto garantem que é um tipo de energia nuclear mais segura, pois não causa reações em cadeia e, portanto, explosões e vazamentos radioativos. Mas...

Objeções científicas ao sol artificial

Há quem acredite que esse tipo de projeto é uma quimera. "Não estou muito animado", disse Chary Rangacharyulu, físico nuclear da Universidade de Saskatchewan, no Canadá, à BBC.

Gasta mais energia do que gera

Críticos da fusão nuclear, como o já citado físico Chary Rangacharyulu, apontam que, no momento, um sol artificial gasta mais energia do que é capaz de gerar.

Como converter essa energia em eletricidade?

Outro empecilho visto pelos mais pessimistas é que, por enquanto, não está totalmente claro como fazer com que essa energia liberada se torne eletricidade que podemos levar para as casas.

Imagem: Unsplash/Anthony Indraus

A China confia em seu sol

Apesar de tudo, a pesquisa ainda está em andamento. A China confia em seu sol. A verdade é que, se o projeto for concluído com sucesso, o país poderá alcançar uma extraordinária autossuficiência energética.

Quando estará pronto?

No entanto, ainda há muito trabalho pela frente. Os cálculos mais otimistas falam de 2050 como o ano em que um sol artificial poderá brilhar na face da terra e poderemos converter sua energia em eletricidade em nível comercial.

Reino Unido adere

O Reino Unido também aderiu ao compromisso com a fusão nuclear (para ter seu próprio sol artificial) e busca um local para um reator nuclear como o da China.

Imagem: Unsplash / Martin Sepion

Investidores são a favor

Segundo a Bloomberg, os investidores acreditam que a fusão nuclear é uma boa aposta e, em 2020, aplicaram até 300 milhões de dólares em empresas privadas ligadas a esses projetos.

Imagem: Unsplash / Pepi Stojanovski

Um sol feito pelo homem

Então, o que há alguns anos era fantasia ou assunto de filmes ou livros de ficção científica, pode tornar-se realidade. E cada país teria seu próprio sol.

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